GERAL
Sul é a região com mais brancos proporcionalmente; Norte, com mais negros
O Sul tem a maior concentração de pessoas brancas no país, com 72,6% da população da região se autodeclarando com essa cor de pele. Na outra ponta, o Norte tem a maior proporção de negros (pretos e pardos), que representam 76,0% dos habitantes locais.
Os dados são da edição de 2022 do Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). As informações sobre cor de pele e etnia foram divulgados nesta 6ª feira (22.dez.2023). Eis a íntegra (PDF – 3 MB).
Proporcionalmente, a população indígena é vista com a maior porcentagem também na região Norte. Apesar disso, ainda é baixa, de 3,1%. Segundo o IBGE, a maior fatia (44,5%) das reservas indígenas se encontram lá, o que explica o resultado.
O maior percentual de população amarela para as regiões encontra-se no Sudeste, puxado especialmente pelo Estado de São Paulo.
Leia abaixo os Estados com maior proporção de:
negros (pretos e pardos) – Bahia, com 79,7%;
brancos – Rio Grande do Sul, com 78,4%;
indígenas – Roraima, com 14,1%;
amarelos – São Paulo, com 1,2%. É a única unidade da Federação em que o valor é maior que 1%.
A pesquisa de cor ou raça foi realizada na totalidade da população brasileira, de 203,1 milhões de pessoas em 2022, por meio de questionários padronizados.
ATRASO NO CENSO DEMOGRÁFICO
O Censo Demográfico é realizado a cada 10 anos e estava previsto para 2020, mas foi atrasado por causa da pandemia.
Em março de 2020, o IBGE anunciou o adiamento do levantamento para 2021 por conta da evolução de casos de covid no Brasil.
Em abril de 2021, o governo Bolsonaro adiou novamente a coleta de informações. O então secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, disse que não havia recursos previstos no Orçamento.
Em janeiro de 2022, o STF determinou que o governo tomasse providências para realizar o Censo ainda naquele ano. Em agosto do ano passado os recenseadores saíram às ruas.
Inicialmente, a conclusão estava prevista para outubro. Foi adiada para meados de dezembro e, posteriormente, estendida para 2023. A pesquisa enfrentou dificuldades como a recusa de pessoas a responder o questionário. O ex-presidente do IBGE Roberto Olinto classificou esta edição do levantamento como uma “tragédia absoluta”.