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GERAL

Transportadoras temem que mercadorias para o Acre estraguem após BR-364 inundar

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Com as carretas e caminhões parados na BR-364 desde quinta-feira (24), devido à enchente em Rondônia (RO), o Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Acre teme que algumas cargas perecíveis estraguem caso a estrada não seja liberada nos próximos dias.

O trecho no km 450 da BR-364, em Rondônia (RO), está inundado há três dias devido a enchente do Rio Jamari. Conforme a Polícia Rodovia Federal (PRF), as águas chegaram a subir mais de um metro acima da lâmina da pista.

‘Não está chegando nada’

Neste sábado (26), uma equipe do governo do Acre foi para o local verificar a situação das cargas dos caminhões, veículos e também tentar encontrar rotas alternativas para que o tráfego seja restabelecido.

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“Nosso caso é carga seca, todo tipo de carga, mas tem carga perecível lá. Tudo que vem para cá vem de fora e tudo que veio de quinta para cá pode estragar. Se demorar, vai estragar. Não temos o número [de veículos com cargas perecíveis], mas tem porque todo mundo compra semanalmente”, explicou a presidente da Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Acre, Nazaré Cunha.

A presidente explicou também que orientou os motoristas que têm carga para sair do Acre que fossem para a estrada aguardar a liberação da BR. “Estão esperando nas proximidades porque quando abrir já estão próximos e para não atrasar já mandamos eles saírem. Não está chegando nada, não está passando desde quinta”, lamentou.

Elevação da pista

O último informativo divulgado às 9h28 pela Polícia Rodovia Federal (PRF) aponta que as BRs em Ariquemes seguem completamente fechadas e as águas do Rio Jamari ocupam mais de meio quilômetro de pista. Em alguns pontos, a profundidade é superior a 1,6 metro. “O Dnit iniciou obras na região, mas não há previsão de liberação”, diz.

Equipes do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) foram até o local e deram início no trabalho de elevação da rodovia.

A BR-364, entre Ariquemes (RO) e Itapuã do Oeste (RO), está interditada desde quinta-feira (24) por causa da cheia do Rio Jamari. Segundo PRF, o rio invadiu a pista e há cerca de um 1,40 m de lâmina de água na rodovia, o que impossibilita a passagem de qualquer veículo.

Pode faltar alimentos

A Associação Acreana de Supermercados informou, nessa sexta (25), que, caso a interdição da BR-364 continue até domingo (27), e as cargas não cheguem ao Acre, o abastecimento de perecíveis no estado por ficar comprometido.

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A informação foi confirmada pelo presidente da associação, Adem Araújo, à Rede Amazônica.

Com isso, cargas de outros estados não conseguem chegar ao estado acreano.

O Sindicato dos Postos de Combustíveis do Acre (Sindepac) confirmou que não há, neste momento, risco de desabastecimento de combustível, uma vez que os postos trabalham com estoque.

“Nem todos os estabelecimentos compram produto de outros estados, há duas distribuidoras disponíveis também no Acre. É importante salientar que os postos locais possuem estoques, mas o sindicato não tem como mensurar quanto cada tem disponível e o tempo de duração. O Sindepac reforça que acompanha a situação e se houver alguma mudança no setor, informa toda a população”, destaca a nota.

No JAC1 dessa sexta, o policial rodoviário Andrei Milton disse que não há rotas alternativas que os motoristas possam utilizar. Também não há previsão para que a via seja liberada.

“A gente não aconselha ninguém a pegar o carro e ir para aquela região. Mesmo que o carro seja alto, a profundidade é muito grande e os policiais que estão ali impedem o fluxo de qualquer aventureiro, qualquer pessoa que tente fazer alguma manobra impensada e colocar a vida em risco”, destaca.

Segundo o policial, para normalizar, o rio precisa escoar a água, mas neste momento não há previsão de liberação. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit-AC) disse que a jurisdição é do estado vizinho, mas que segue acompanhando a situação.

“Não existem rotas alternativas. Os técnicos do Dnit já foram no local para tentar uma solução, mas não tem previsão que isso vá acontecer nas próximas horas, Inclusive, é pouco provável que o rio baixe agora”, destaca.

Congestionamento

Centenas de carretas estão paradas na rodovia há quase 24 horas e isso formou um congestionamento quilométrico na BR-364.

Segundo a PRF, são cerca de 20 quilômetros de congestionamento na região do alagamento.

À Rede Amazônica, caminhoneiros contaram que já estão ficando sem água e alimento e por enquanto não há previsão de liberação da rodovia.

Acre isolado em 2014

Há sete anos, o estado chegou a ficar isolado e passou por momentos críticos por causa da cheia histórica do Rio Madeira, em Rondônia. Para chegar até o estado vizinho, quem mora no Acre precisa percorrer uma parte do trajeto pela rodovia e, na época, era necessário atravessar o rio de balsa, pois ainda não havia a ponte sobre o Rio Madeira.

Em 2014, o Rio Madeira atingiu sua cota histórica, chegando a 19,74 metros, situação que deixou o Acre isolado via terrestre por vários dias e dificultou ainda mais o acesso ao estado. O governador da época, Tião Viana, decretou situação de emergência.

A população chegou a ficar mais de 20 dias isolada por causa da cheia do Madeira, e os moradores enfrentaram um cotidiano marcado por privações e incertezas, em que os combustíveis começam a faltar nos postos de gasolina, os alimentos nas prateleiras e quando eram achados nos supermercados estavam com os preços muito mais altos do que o normal.

Na época, os acreanos enfrentaram o racionamento de diversos alimentos nas prateleiras, além de gás de cozinha e combustíveis, o que gerou grandes filas de veículos nos postos. O Estado foi obrigado a importar alimentos, insumos e outros do Peru por meio da Estrada do Pacífico. O cenário era de incertezas e preços altos.

Ponte do Madeira inaugurada

Após sete anos em construção e décadas de espera, a ponte sobre o rio Madeira, na região de Abunã em Porto Velho, foi inaugurada no dia 7 maio de 2021. Localizada na BR-364, a ponte facilitou o acesso ao Acre, que era feito apenas por balsa. Além disso, gerou expectativa no setor produtivo dos dois estados para o desenvolvimento econômico da região.

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