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Tutores denunciam maus-tratos em transportes de animais domésticos; alguns pets morreram
Denúncias de tutores apontam maus-tratos e negligência por parte de uma empresa de transporte terrestre de animais de estimação. A prestadora de serviços do Rio de Janeiro é acusada de má conduta, com casos até de animais que chegaram mortos ao destino final. Especialistas destacam a falta de regulamentação como uma das principais causas dessas ocorrências.
Em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, Jakeline, tutora da cachorra Gaia, contou que contratou a Moovipet, empresa que afirma ser especializada no transporte rodoviário de cães e gatos, para levar o animal de São Luís, no Maranhão, a São Paulo. Mas Gaia chegou morta em uma caixa de isopor. Jakeline pagou R$ 1.800 pelo serviço e até hoje não recebeu explicação sobre o que aconteceu.
“A gente queria saber o que aconteceu. Em que situação ela perdeu a vida? Eles não podem tratar o animal como um objeto que vai ser enviado dentro de uma caixa ou não vai ser nem enviado ou vai chegar deficiente, vai chegar traumatizado. Eles não têm esse direito. Eles têm que tratar o pet como uma parte da família daquele tutor. Porque era isso que a Gaia era”, lamentou a tutora.
Diversos outros tutores afirmaram que tiveram problemas semelhantes com a Moovipet. Gyselle, tutora de Burke, relatou que seu cão morreu durante o transporte entre São Paulo e Fortaleza. Um relatório veterinário apontou hipertermia devido ao estresse como a causa da morte, caso semelhante ao de outro cachorro, Messi.
Já uma outra denúncia envolveu a cachorrinha Charlotte, que foi atropelada durante uma parada para alimentação e necessidades fisiológicas, resultando em múltiplas fraturas pélvicas no animal.
Um ex-funcionário da Moovipet revelou ao programa da TV Globo que, apesar das afirmações da empresa de que todos os veículos são climatizados, há situações em que o ar-condicionado falha. Ele também desmentiu a alegação de que animais que compartilham a mesma acomodação precisam ser do mesmo tutor e ter um bom convívio.
“Enquanto houver espaço, eles falam pra gente ir socando cachorro lá, dar um jeito. Eu já levei cachorro no corredor, eu já levei três cachorros grandes em uma acomodação”, disse o ex-colaborador da empresa.
A Moovipet, que alega estar há mais de dez anos no mercado e ter transportado mais de 100 mil animais, alegou, em nota, que tem o “compromisso com o bem-estar dos pets e o apoio às famílias envolvidas”. No entanto, cinco tutores que perderam seus cães durante o transporte registraram boletins de ocorrência.
“As pessoas precisam entender que eles são seres vivos, que eles sentem que eles sofrem, que eles sentem dor, fome, tristeza. Eles têm sentimentos que não é um objeto, não é uma cadeira que você transporta, quebra e está tudo bem. Eu deixo aqui, jogo no lixo, e sigo, não é?”, destacou a tutora Gyselle.