Pesquisar
Close this search box.
RIO BRANCO
Pesquisar
Close this search box.

GERAL

Vídeo mostra momento em que jovem de 19 anos sem CNH perde controle do carro e bate na moto de dentista no AC

Publicado em

Vídeo mostra acidente que matou dentista em Rio Branco

Um vídeo de câmeras de segurança mostra o momento em que o carro conduzido por Gabrielly Lima Mourão, de 19 anos, bate na motocicleta que a dentista Maria Josilayne Ferreira Duarte, de 24 anos, pilotava. Josilayne morreu devido a gravidade do acidente na última semana. (Veja vídeo acima)

O acidente aconteceu na última quarta-feira (29), na Estrada da Floresta, em Rio Branco, quando Josilayne ia encontrar o noivo, Heverton Neri, mas ela acabou atropelada e morta após a condutora do carro, que dirigia sem habilitação, perder o controle do veículo. A vítima tinha marcado de encontrar Neri quando ele saísse do trabalho para irem juntos à casa de uma amiga.

Continua depois da publicidade

Nas imagens que mostram a avenida a uma certa distância, é possível ver que pelo menos quatro veículos passam pelo local e logo depois o carro aparece em alta velocidade na via e bate contra a motocicleta conduzida pela dentista. É possível ver que a moto é arremessada de forma violenta para trás.

“O trânsito aqui em Rio Branco está muito perigoso. A gente tem que dirigir pela gente e pelos outros. Tem acidentes todos os dias. Está demais, pessoas dirigindo alcoolizadas, tem campanhas, mas as pessoas não escutam”, lamenta a tia da vítima, Maira Andrade, sobre o que aconteceu.

Ainda abalada pela perda, a família diz que quer justiça pelo que aconteceu e espera que o caso não fique no esquecimento.

“O que a gente não quer é que caia no esquecimento. Queremos justiça. Não só por ela, mas por todas a Josilaynes que tem por aí e ninguém teve coragem de gritar”, acrescentou.

Acidente ocorreu na última quarta-feira (29) — Foto: Reprodução

Acidente ocorreu na última quarta-feira (29) — Foto: Reprodução

Carreata

A família e os amigos organizam uma carreata que está prevista para ocorrer na tarde deste domingo (3), para pedir por justiça, segundo informou Maira. Eles vão se reunir na praça da Juventude, no Bairro Cidade Nova e vão seguir até o local do acidente, no Estrada da Floresta, com familiares e amigos.

Continua depois da publicidade

“A gente quer fazer o trajeto que ela fez aqui de casa até a estrada da Floresta e voltar”, pontuou.

Maria Josilayne e Heverton Neri estavam juntos há dez anos — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Maria Josilayne e Heverton Neri estavam juntos há dez anos — Foto: Reprodução/Redes Sociais

Dia do acidente

À Rede Amazônica, na sexta-feira (1º), Neri falou que Maria Joseilayne tinha falado que iria mostrar algumas joias para uma amiga. Ele estava fechando a loja onde trabalha quando a companheira falou que em cinco minutos estaria lá para encontrá-lo.

Só que Maria Joseilayne atrasou e Neri desconfiou que algo tivesse acontecido à noiva.

“Sentei lá fora com uma colega de trabalho e falei: ‘Meu Deus, tenho medo quando ela fala cinco minutos, porque ela vem em cinco minutos’. Ela era uma pessoa muito correta, tinha hora para sair e hora para chegar, só que o coração apertou naquela hora, aí a minha colega falou que ela atrasou porque tinha tido um acidente. Cheguei lá e vi ela em óbito. Tiraram ela de mim, tiraram a minha vida, me tiraram tudo, tiraram minha parceira da vida, minha vida”, contou aos prantos.

O grave acidente ocorreu por volta de 22h. Segundo a polícia, o carro conduzido por Gabrielly perdeu o controle, bateu contra a mureta que divide as duas pistas, capotou e bateu de frente contra a motociclista conduzida pela dentista que seguia no sentido contrário. Maria Josilayne morreu no local antes mesmo de receber atendimento.

Gabrielly não tinha carteira de habilitação e foi autuada pelo crime de homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Ela chegou a ser levada ao Pronto-socorro de Rio Branco se queixando de dores e recebeu alta médica após passar por especialistas. Ainda no hospital, a Polícia Civil fez o interrogatório da jovem, que preferiu ficar em silêncio.

Gabrielly foi solta após passar por audiência de custódia e pagar R$ 2,2 mil de fiança.

Heverton Neri esperava a noiva quando soube de acidente na Estrada da Floresta — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Heverton Neri esperava a noiva quando soube de acidente na Estrada da Floresta — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Sonho de atender crianças

As conquistas que Maria Joseilayne teve na vida sempre foram com muito esforço, dedicação e dificuldades. Também muito abaladas e ainda sem acreditar na partida precoce da amiga, a enfermeira Tainá Vivian e a dentista Alexia Yevina falaram sobre a convivência com a jovem.

“Ela era uma pessoa que a gente sabia que podia contar para tudo, era uma pessoa que não tinha medo de trabalhar, se você perguntar qual era a profissão dela ela ia rir, porque ela já trabalhou de tudo, até de lava jato ela trabalhou junto com o noivo. Nunca teve medo da vida, uma pessoa doce, amiga mesmo, sabe? Que você sabia que estava ali do seu lado, podia passar quanto tempo sem vê-la mas, quando via, era algo extraordinário, a alegria dela era contagiante, gostava de dançar, de cantar, é algo assim que não tem como explicar”, disse Tainá Vivian.

Maria Joseilayne tinha combinado de deixar à noite uma joia que tinha vendido para a amiga. A dentista falou que não tinha tido tempo para deixar a peça durante o dia e iria no período da noite.

Enfermeira Tainá Vivian chorou ao recordar da amiga nesta sexta-feira (1º) — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

Enfermeira Tainá Vivian chorou ao recordar da amiga nesta sexta-feira (1º) — Foto: Lidson Almeida/Rede Amazônica Acre

“É uma dor muito grande, ela não merecia ter passado por isso, não teve nenhuma chance, então, é algo assim que a gente quer muita Justiça. A gente se falava, se comunicava, 20 minutos antes de ela falecer a gente tinha se falado e trocado mensagens, então, dói muito”, recordou.

Outra amiga muito próxima era Alexia Yevina, com quem a vítima tinha uma amizade desde o ensino médio. As duas fizeram juntas a faculdade de odontologia e planejavam fazer especialização juntas também. Segundo Alexia, o sonho da amiga era se especializar em odontopediatra para atender crianças.

“É muito triste porque só quem conviveu com ela sabe o quanto que ela lutou, o quanto que ela trabalhou para conseguir se formar. Ela trabalhava muito, muito, poderia oferecer qualquer coisa para ela trabalhar e estava lá, à disposição, podia ser no sol, na chuva e estava lá, feliz do jeito que sempre foi, com sorriso no rosto, sempre estava feliz, podia estar em qualquer situação que ela estava feliz”, disse.

Maria Josilayne, à esquerda, morreu no acidente e Gabrielly Lima Mourão, à direita, foi solta um dia depois  — Foto: Arquivo pessoal

Maria Josilayne, à esquerda, morreu no acidente e Gabrielly Lima Mourão, à direita, foi solta um dia depois — Foto: Arquivo pessoal

Motorista pediu para trocar de roupa no fórum

Conforme relatório informativo das condições sociais e pessoais, Gabrielly contou que mora com os pais e que não trabalha atualmente. Ela informou que tem feito consulta com psicólogo particular para depressão e que, às vezes, toma remédio natural para auxiliar na ansiedade.

No Fórum Criminal, ela disse que queria trocar de roupa, mas, segundo relatório, a jovem não aceitou as peças que são fornecidas pelo Atendimento à Pessoa Custodiada (Apec). O advogado particular dela, então, providenciou junto à família uma roupa e a medicação que tinha sido receitada para ela no PS para dor.

Na audiência de custódia, após manifestação favorável do Ministério Público, a Justiça concedeu a liberdade provisória à jovem, com pagamento de fiança no valor de dois salários mínimos e cumprimento de medidas cautelares.

Entre as medidas cautelares que devem ser cumpridas por Gabrielly estão o comparecimento semanal à central integrada de alternativas penais e a proibição de dirigir veiculo automotor.

Propaganda
Advertisement