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MUNDO

A Guerra na Ucrânia: uma ofensiva enfraquecida e um conflito prolongado

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A expectativa por uma grande ofensiva russa na Ucrânia, prevista por meses, não se concretizou na forma esperada. Embora a Rússia tenha obtido alguns avanços territoriais e reforçado significativamente suas tropas em certas áreas, a ofensiva demonstra sinais de enfraquecimento. Autoridades ucranianas relatam diminuição do ritmo de avanço russo em diversas frentes, como em Sumy, onde contra-ataques ucranianos recuperaram território. Mesmo perto de Pokrovsk, em Donetsk, palco de intensos combates (cerca de 50 confrontos diários), o comandante-chefe militar ucraniano, Oleksandr Syrskyi, afirma que, apesar do aumento no número de soldados russos na região (de 70 mil em dezembro de 2024 para 111 mil atualmente), a ofensiva russa está falhando. O Instituto para o Estudo da Guerra (ISW) corrobora essa análise, indicando redução na velocidade dos avanços russos.

No entanto, a situação é complexa. Em outras áreas, como na fronteira entre Donetsk e Dnipropetrovsk, a Rússia obteve ganhos territoriais recentemente, com a tomada da vila de Zirka, segundo o Ministério da Defesa russo. Analistas, como o DeepState, apontam para o rápido colapso das defesas ucranianas em alguns pontos, devido aos constantes ataques russos.

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Apesar desses avanços pontuais, a conquista total dos territórios almejados pela Rússia (Donetsk, Zaporizhzhia e Kherson) levaria anos ao ritmo atual. Com a perspectiva de negociações de cessar-fogo pouco prováveis, o conflito tende a se prolongar até o final de 2025 e possivelmente além, estendendo-se para 2026.

A Guerra dos Drones: A guerra na Ucrânia se caracteriza por uma crescente dependência de drones, tanto por parte da Rússia quanto da Ucrânia. A Rússia utiliza drones baratos e em massa para sobrecarregar as defesas aéreas ucranianas e facilitar a passagem de mísseis, causando danos significativos a cidades como Kiev. A Ucrânia, por sua vez, emprega drones de longo alcance para atacar infraestruturas russas, como aeródromos e refinarias. Ambos os lados investem fortemente na produção de drones, numa corrida armamentista que envolve inovação tecnológica constante e adaptação às táticas adversárias. A Ucrânia destaca a necessidade de mais sistemas de defesa antiaérea ocidentais, como os mísseis Patriot, para contrapor a crescente ameaça dos drones russos.

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A Economia de Guerra: A guerra impõe um pesado custo econômico à Rússia. Embora o conglomerado militar Rostec tenha aumentado significativamente sua produção e receita, o orçamento militar representa uma parcela significativa do gasto público, alimentando a inflação e gerando preocupações sobre uma possível recessão. As reservas financeiras russas estão diminuindo, e o próprio presidente Putin reconhece a necessidade de conter os gastos militares no futuro. Apesar desses desafios econômicos, a Rússia, no curto prazo, ainda tem capacidade para manter um exército numeroso na Ucrânia.

A guerra na Ucrânia permanece um conflito prolongado e complexo, marcado por uma ofensiva russa enfraquecida, mas persistente, e pelo crescente papel dos drones. A situação econômica da Rússia apresenta riscos a longo prazo, mas, por enquanto, não impede a continuação da guerra. A busca por uma solução negociada parece remota, projetando o conflito para um futuro incerto, possivelmente até 2026.

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