Após bloqueio na entrada, indígenas entram em reunião com presidente da COP30 e ministros

Depois de mais de três horas de protestos em frente à Zona Azul, área restrita da COP30, indígenas do povo Munduruku entraram em reunião com Andre Corrêa do Lago, presidente da COP30, e as ministras Marina Silva e Sônia Guajajara.

Entre as principais reivindicações dos povos estão a revogação do decreto 12.600, que concede as hidrovias dos rios Tapajos, Tocantins e Madeira, e a falta de espaço para as populações indígenas nas reuniões realizadas dentro da Zona Azul da conferência.

Segundo o advogado do povo Munduruku, Marco Polo, a intenção era ter uma reunião com o presidente Lula, mas ele não está em Belém. “A demanda desde às 5h da manhã é que Lula fosse até a entrada da COP30 pra conversar, mas ele não está em Belém”, disse.

“Então eles pediram para conversar com o presidente da COP. Eles querem ser ouvidos e disseram que não aceitam ser excluídos desse processo da COP. O fim do garimpo ilegal no território indígena também é outra reivindicação”, justificou o advogado.

Por algumas horas, a entrada da Zona Azul ficou bloqueada, formando grandes filas em outro acesso improvisado. Por volta das 9h47, a área abriu novamente com a segurança reforçada pela Força Nacional e Polícia Federal.

Marco Polo reforçou que o protesto foi pacífico, mas necessário para que as lideranças fossem ouvidas. “Os indígenas da Amazônia fizeram viagens longas para estarem aqui. Eles são os que mais tem condições de falar sobre a questão do clima, a defesa da floresta, a defesa dos rios. Ninguém mais além de indígenas, quilombolas e populações ribeirinhas tem a capacidade de falar desses problemas”, afirmou.