Neste domingo (9/4), uma delegação da Arábia Saudita e Omã realizou uma reunião com autoridades do grupo rebelde Houthi, que controla o país desde 2014 após a derrubada do governo de Abd-Rabbu Mansour Hadi.
O início das conversas em busca de paz coincide com a retomada de laços entre Arábia Saudita e Irã, rivais históricos no Oriente Médio que apoiam lados opostos na guerra civil no Iêmen.
Após a tomada de poder por parte do grupo Houthit, em 2014, a Arábia Saudita passou a liderar a coalizão em apoio as forças pró-governo. Já o Irã forneceu apoio aos rebeldes, que controlam a capital do país, Sanaa, e outras partes do Iêmen.
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“É muito cedo para dizer com certeza o sucesso das negociações que estão ocorrendo e Sanaa, mas é claro que a atmosfera de paz agora paira sobre a região, o que gera otimismo e esperança”, afirmou Muhammad al-Bukaiti, um líder Houthi.
Segundo al-Bukaiti, não há necessidade de explicar a participação dos sauditas nos diálogos de paz, já que o país onde o ex-presidente Abd-Rabbu Mansour Hadi está exilado “não é um mediador, mas sim uma parte do conflito”, explicitando ainda mais a influência de Arábia Saudita e Irã na guerra civil.
Conflito
Com o início do conflito entre forças pró-governo e os houthis, o Iêmen mergulhou no que a Organização das Nações Unidas (ONU) classifica como uma das piores crises humanitárias do planeta. Tanto a coalização liderada pela Arábia Saudita quanto os rebeldes apoiados pelo Irã são acusados de cometer crimes de guerra.
Dados da ONU apontam que mais de 23 milhões de pessoas precisam de ajuda humanitária no Iêmen, o país mais pobre da região árabe, principalmente nas áreas de alimentação, saúde e infraestrutura.
Até 2022, a ONU estimava que mais de 233 mil pessoas foram mortas no conflito armado, enquanto 4,3 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas após o início da guerra civil.