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Autoridades investigam se há ligação entre remédio e a onda de hepatite
Os casos de hepatite aguda em crianças continuam surgindo sem o conhecimento sobre o que está causando a doença. As linhas de investigação são variadas e, embora um tipo de adenovírus seja a hipótese mais forte até agora, autoridades de saúde não descartam que o problema possa ter ligação com uso de remédio, como o paracetamol.
Essa linha de investigação foi considerada pela Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA) já que três quartos das crianças doentes tinham tomado o medicamento.
No entanto, apesar de as autoridades de saúde britânicas investigarem essa linha, a UKHSA deixa claro que é apenas mais uma entre tantas outras suspeitas e ainda não há evidências fortes que sustentem qualquer ligação.
A agência também destaca que esta é uma droga de uso muito comum no Reino Unido.
Surto em 20 países
De acordo com o balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgado em 10 de maio, foram registrados 348 casos prováveis de hepatite infantil aguda de origem desconhecida em pelo menos 20 países.
O Reino Unido é o que mais registrou casos, com 160 relatos da doença em crianças.
A diretora de infecções clínicas e emergentes da UKSHA, Meera Chand, pediu que os pais fiquem calmos, mas atentos a possíveis sintomas.
“É importante que os pais saibam que a probabilidade de seus filhos desenvolverem hepatite é extremamente baixa. No entanto, continuamos a lembrar a todos que estejam atentos aos sinais de hepatite – principalmente icterícia, quando há um tom amarelo no branco dos olhos”, disse ela.
Sintomas
A maioria das crianças com a doença tem menos de cinco anos. Os primeiros sintomas geralmente incluem diarreia seguida de icterícia.
Outro sintoma importante de hepatite aguda é a dor intensa quando o abdômen é tocado. Essa sensibilidade é sentida na parte superior direita, que é onde o fígado está localizado.
De acordo com a Agência de Segurança Sanitária do Reino Unido (UKHSA), os sintomas de inflamação no fígado mais observados em crianças até agora foram:
Icterícia (71%)
Vômitos (63%)
Fezes pálidas (50%)
Diarreia (45%)
Náusea (31%)
Dor abdominal (42%)
Letargia (cansaço) (50%)
Febre (31%)
Sintomas respiratórios (19%)