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Bancos caem 50% nos EUA, apesar de fala de Biden para acalmar mercado
Os investidores das Bolsas de Valores dos Estados Unidos seguem preocupados com a crise que se instaurou no sistema financeiro. Nos últimos dias, autoridades do país determinaram o fechamento de dois bancos, no pior episódio do setor desde o colapso econômico de 2008 desencadeado pela quebra do banco Lemann Brothers.
As ações do First Republic Bank, um banco médio americano, fecharam em queda de 50%. Até mesmo as instituições maiores, como o Goldman Sachs e o JP Morgan, vivem dias de perdas no mercado, em razão do clima de desconfiança.
Nos últimos dias, as operações do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank foram encerradas, por problemas de liquidez. O SVB foi o primeiro. Na sexta-feira (10/3), o banco entrou oficialmente em processo de falência. O banco dos Estados Unidos, que era especializado no segmento de startups e empresas de tecnologia, ficou sem caixa após uma corrida de saques de clientes.
Oficialmente, o SVB foi a maior instituição financeira dos Estados Unidos a entrar em falência desde o caso do Lehman Brothers. Apenas um dia depois, o Signature Bank também pediu concordata e tornou-se o terceiro maior banco a quebrar nos Estados Unidos. A instituição tinha depósitos totais de US$ 89 bilhões (cerca de R$ 460 bilhões).
Crise de confiança
A crise financeira que cresceu nos últimos dias é também uma crise de confiança. A falência do SVB, que foi motivada por uma combinação de condições de mercado desfavoráveis e por uma avaliação de risco errônea, contaminou as outras instituições. Clientes estão em pânico, preocupados com a possibilidade de uma crise sistêmica.
A corrida aos bancos para a realização de saques e transferências de recursos, o que alimenta o risco de falência de novas instituições. Para acalmar os ânimos da população e dos investidores, o presidente dos Estados Unidos Joe Biden, disse que o sistema é seguro.
“Os americanos podem ter confiança de que o sistema bancário dos EUA é seguro. Seus depósitos estarão lá quando vocês precisarem”, afirmou o presidente americano.
A tentativa de Biden de esfriar a crise parece não ter surtido o efeito esperado. Ontem (12/3), a secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, descartou que a crise vá contaminar todo o setor financeiro.
Em entrevista a um canal de TV, Yellen disse que o governo não tem intenção de fornecer qualquer tipo de ajuda ou resgate aos bancos que faliram, mas que o governo trabalha para conter o problema e ajudar os clientes potencialmente afetados.
Já o Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos Estados Unidos) anunciou, por meio de comunicado divulgado na noite de domingo (12/3), uma linha de empréstimo de emergência para fortalecer o sistema bancário, em meio aos temores de uma semana “sangrenta” no mercado financeiro.