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Brasileira luta para repatriar filha de 6 anos que está com o pai no Líbano
Em meio à escalada dos ataques de Israel contra o Líbano, uma brasileira vive a angústia de aguardar o repatriamento de sua filha de 6 anos do país árabe. Nacima Jarouche não vê a filha Sirine desde março. A menina, que nasceu no Líbano, vive com os avôs paternos. Na semana passada, ela conseguiu conversar com a menina pela primeira vez desde que os bombardeios israelenses começaram, em 23 de setembro.
“Meu coração foi a um milhão por hora (quando soube do ataque). As estradas estão sendo bombardeadas. Não tem mais voos comerciais. Eu preciso repatriar a minha filha”, disse em entrevista ao jornal O Globo.
Nacima Jarouche é brasileira e descendente de libaneses. Ela se casou com Khaled Salim Masri em 2015, e eles decidiram viver no Líbano. Lá, nasceu Sirine. O casamento foi conturbado. Marcado por agressões, ameaças e até uma tentativa de assassinato.
Após o término, Nacima se divorciou legalmente e conseguiu ficar com a guarda da filha. Ela planejava voltar ao Brasil e aguardava uma medida protetiva contra o ex, mas, na véspera da viagem, Khaled conseguiu colocar uma espécie de restrição de viagens em nome da filha, e ela não conseguiu deixar o país.
“Para eles, isso é normal. Não existe sequestro, não existe cárcere. Medidas protetivas não funcionam lá. Não é como a Lei Maria da Penha aqui. Ele pode chegar, invadir… é olho por olho, dente por dente, literalmente”, explicou.
Enquanto Sirine continua no país árabe, Nacima torce para que o ex se sensibilize com a atual situação do Líbano e que a filha possa ser beneficiada com uma repatriação segura. Ainda de acordo com Nacima, a Justiça libanesa pode autorizar o repatriamento da filha, mesmo contrariando o pai. “Se for preciso eu entrar no avião da FAB e ir lá buscá-la, eu estou disposta”, finalizou.