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Brasileira que registrou aparição do papa dias antes da morte dele conta como reagiu à notícia: ‘Difícil acreditar’

A brasileira Jucelene Guite, de 39 anos, de Sorocaba (SP), viu de perto o papa Francisco em uma de suas últimas aparições públicas antes de morrer, na segunda-feira, 21, aos 88 anos. Em 10 de abril, ela visitava a Basílica de São Pedro, no Vaticano, com a família, quando o encontro inesperado aconteceu.
Ao Terra, Jucelene conta que ela e os familiares estavam procurando a tumba do papa João Paulo 2º quando o pai dela se afastou. Depois, voltou anunciando que Francisco estava prestes a passar pelo corredor onde eles estavam. Naquele momento, assessores e seguranças começaram a abrir espaço para receber o pontífice, que passou acenando para todos ao seu redor.
“Foi muito emocionante. Quase ninguém vê o papa quando visita o Vaticano ou a Basílica de São Pedro. Não esperávamos vê-lo, foi algo inesperado. Até porque sabíamos que ele estava doente e que seus compromissos daquele dia tinham sido cancelados”, relata Jucelene.
“Nem a imprensa local sabia que o papa iria aparecer, e não é comum para um grande chefe de Estado fazer essas aparições inesperadas. Na hora, ninguém ali teve reação. Fiquei tão emocionada que nem lembrei do celular”, acrescenta a brasileira, ressaltando que foi só na segunda vez que o pontífice passou por eles que ela conseguiu registrar a aparição.
Jucelene conta que recebeu com muita tristeza a notícia da morte de Francisco. Para ela, a sensação é a de ter perdido alguém “muito próximo”. Um dia antes da morte do papa, a brasileira lembra ter lido sobre o estado de saúde dele e pensado que ele estava se recuperando. Por isso, a perda foi “difícil de acreditar”, veio como um “baque”.
Jucelene acredita que o mundo precisa de mais pessoas como Francisco. Mesmo representando a autoridade máxima da Igreja Católica, ele ficou conhecido por ter opiniões mais progressistas sobre relações homoafetivas e outros assuntos incômodos para a instituição. Ao longo de seus 12 anos no Vaticano, defendeu a população LGBTQIA+ e posicionou-se contra racismo, machismo, xenofobia e guerras.
“O papa sabia olhar para os problemas do mundo de uma forma apaziguadora e acolhedora”, afirma Jucelene. “Ele era aquela pessoa que todos gostariam de se sentar ao lado e pedir um conselho, pois seriam as palavras que precisariam ouvir.”
Francisco morreu em seu apartamento, na Casa Santa Marta, no Vaticano, às 7h35 (horário local; 2h35 em Brasília). Segundo boletim médico, a causa da morte foi um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e “colapso cardiocirculatório irreversível”.
O funeral de Francisco será realizado no sábado, 26. Depois disso, a Igreja entra em um período de luto de nove dias, chamado “Novemdiales”. Como manda a tradição, o corpo do papa será levado à Basílica de São Pedro e ficará exposto à visitação pública para a despedida e a oração dos fiéis.
