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Brasileira vizinha do Vaticano fala sobre emoção de ir ao velório do papa: ‘Momento histórico’

A brasileira Gabriela Bittencourt, de 20 anos, natural de Porto Alegre (RS), mora a duas quadras do Vaticano, mas nunca tinha visto o papa Francisco de perto até a noite de quarta-feira, 23. Apesar de ter tido muitas oportunidades de fazer isso, sempre deixava para depois, pensando que teria tempo de encontrá-lo ainda em vida.
Ao Terra, Gabriela conta que se arrepende de não ter se esforçado nesse sentido, mas que se sente grata hoje por poder presenciar um “momento histórico” –o velório de Francisco, que acontece na Basílica de São Pedro desde a manhã de quarta-feira. O corpo do papa ficará exposto até sábado, 26, quando ele será sepultado na Basílica de Santa Maria Maggiore, em Roma, cercado por milhares de fiéis e autoridades de todo o mundo.
“Eu nunca fui [ver o papa] porque sempre tinha alguma coisa. Sempre tinha aula, aquelas coisas da vida, né?”, relata Gabriela, que estuda psicologia e administração na Universidade John Cabot, em Roma. “Eu pensava: ‘Estou tão pertinho. Amanhã eu vou.’ Acabou que nunca fui. Me arrependo, mas fiquei feliz de ao menos poder vê-lo agora.”
O Vaticano informou na manhã desta quinta-feira, 24, que um total de 48.600 fiéis já haviam ido à Basílica de São Pedro para prestar homenagens a Francisco desde o início do velório, na quarta-feira, às 11h (6h em Brasília). Nesse primeiro dia, as visitas se estenderam por quase duas horas além do horário previsto, tendo sido encerradas à 1h50 de quinta-feira (20h50 de quarta em Brasília).
Gabriela conta que passou pela Basílica de São Pedro logo após a abertura do velório, quando lhe informaram que o tempo de espera para ver o caixão de perto era de cerca de três horas. Ela então decidiu voltar ao local à noite, quando o tempo de espera era menor. Ao todo, ela e o namorado, o também brasileiro Nilo Rocha, ficaram aproximadamente uma hora e meia na fila.
“Ver o papa de perto, no caixão, fez com que eu me visse inserida em uma situação muito maior do que eu e de muitas coisas ao meu redor. Me senti como uma pequena parte de um momento importante para a história. Foi uma honra muito grande”, relata Gabriela, que pretende comparecer também ao sepultamento de Francisco.
O caixão de Francisco será fechado na sexta-feira, 25, às 10h (5h em Brasília), em meio ao velório, que será encerrado às 19h (14h em Brasília). Ao final da missa de corpo presente, o caixão será levado até a Basílica de Santa Maria Maggiore para o sepultamento. O funeral está previsto para começar às 10h (5h em Brasília).
Francisco morreu na segunda-feira, 21, em seu apartamento na Casa Santa Marta, no Vaticano. Segundo boletim médico, a causa da morte foi um Acidente Vascular Cerebral (AVC) e “colapso cardiocirculatório irreversível”. De acordo com o médico Sergio Alfieri, que supervisionou o tratamento do papa durante sua internação no Hospital Gemelli, em Roma, o papa morreu rapidamente e não sentiu dor excessiva.
