MUNDO
‘Campeonato de fornicação’ termina com acusações de calote e transmissão de doenças
Programada para durar seis semanas, uma competição internacional de sexo terminou de forma repentina após alguns dias de estreia. O torneio reuniu 16 influenciadores e atores do setor adulto de diferentes países em Gotemburgo, na Suécia.
Durante o confinamento, eles eram obrigados a ter, no mínimo, 45 minutos de relações íntimas diárias, além de participarem obrigatoriamente das dinâmicas propostas. Após desistências e desclassificações, a croata Marija Zadravec saiu vitoriosa.
Os problemas, de acordo com ex-participantes, começaram logo nas primeiras horas após a estreia. Muitos alegaram que o campeonato iniciou os “desafios íntimos” sem realizar previamente a testagem dos confinados, deixando os atores e influenciadores vulneráveis à infecções sexualmente transmissíveis.
Essa suposta falha no protocolo sanitário fez com muitos optassem pela desistência por medo de contrair HIV, entre outras ISTs. Fora do programa, alguns participantes começaram acusar a produção de calote, visto que, pelo contrato, eles deveriam receber um “salário simbólico” para participar do campeonato.
Aos competidores foi prometido o pagamento de diárias, R$ 4.245 para as atrizes e de R$ 2.122 para os atores, a discrepância de gênero também foi motivo de debate pelos desertores. Já a vencedora, arrematou o prêmio de R$ 5,2 milhões. Dentre todos, ela foi a única que não criticou o programa.
“Este é um projeto muito grande e organizado, então todos deveriam ser gratos porque o mundo inteiro escreveu sobre isso e todos se beneficiaram do anúncio desse projeto. Nós concordamos em tudo; qual seria a taxa, o método de pagamento e outros detalhes, recebi um contrato detalhado que assinei. Não sou uma pessoa que quer problemas com isso porque todos nós tivemos a oportunidade de escolher a nós mesmos, então não há necessidade de pressionar o organizador depois de tudo. Quanto à minha experiência, foi ótima e gostaria que um dia voltasse a acontecer algo assim no futuro”, expressou a croata ao Daily Star.
Como se não bastasse todas as supostas falhas do programa, alguns competidores contestaram a vitória de Marija Zadravec afirmando que ela não teria seguido as regras durante as atividades sexuais propostas e que, na época, eles teriam feito “vista grossa” para que ela não fosse expulsa tão cedo da produção.
Em resposta à repercussão em torno do programa, um dos organizadores do campeonato, Dragan Bartic, desmentiu as alegações feitas pelos ex-participantes e frisou o comprometimento com a verdade, afirmando que muitos quebraram as regras e desrespeitaram a proposta do torneio. “Eles até trouxeram álcool para a casa e não se comportaram como atletas”.
Talia Mint, uma das artistas que abandonou o campeonato, anunciou que está entrando com uma ação legal contra o organizador e a Federação Sueca do Sexo – que não existe – para obter uma indenização.
Sexo é um esporte na Suécia?
Apesar do furor em torno do assunto, a atividade sexual não é considerada um esporte na Suécia. A informação ganhou força após o The Times India divulgar uma nota falando sobre o campeonato europeu nada ortodoxo.
De acordo com o jornal alemão Göteborgs-Posten, a informação foi plantada por Dragan Bartic, organizador do torneio e dono de diversas casas de prostituição, para divulgar seu programa. O empresário até realmente tentou tornar o sexo um esporte, mas não obteve sucesso.
Em janeiro de 2023, ele apresentou uma proposta à confederação dos esportes da Suécia, mas a mesma foi rejeitada. Na época, devido a repercussão em torno do assunto, a própria Anna Setzman, porta-voz do órgão, foi a público negar o êxito de Bartic.