MUNDO
Casa Branca diz ter evidências de que Hamas está usando hospital para conduzir ações militares
A Casa Branca disse nesta terça-feira que tinha informações próprias de que o Hamas estava usando o maior hospital de Gaza, o Al Shifa, para conduzir suas operações militares e provavelmente para armazenar armas, dizendo que essas ações constituíam um crime de guerra.
“Temos informações que confirmam que o Hamas está usando aquele hospital específico como modo de comando e controle” e provavelmente para armazenar armas, disse o porta-voz de segurança nacional, John Kirby, aos repórteres a bordo do avião presidencial Força Aérea Um. “Isso é um crime de guerra.”
Ele disse que os Estados Unidos tinham informações de que o Hamas e a Jihad Islâmica Palestina estavam usando alguns hospitais na Faixa de Gaza, incluindo o Al Shifa, para ocultar ou apoiar as suas operações militares e para manter reféns.
Kirby afirmou que esses grupos também estavam preparados para responder às operações militares israelenses contra aquela instalação.
Essa informação veio de uma variedade de métodos de Inteligência, disse ele, acrescentando que o governo Biden rebaixou o nível de classificação de alguns dados na terça-feira para poder compartilhar suas conclusões com os repórteres.
O porta-voz sublinhou que as ações do Hamas nos hospitais não diminuíam a responsabilidade de Israel na proteção dos civis, mas reconheceu que tornavam mais complicadas as iniciativas de Israel para erradicar o Hamas.
“Para ser claro, não apoiamos ataques aéreos a um hospital. Não queremos ver um tiroteio em um hospital onde pessoas inocentes, pessoas indefesas, pessoas doentes estão simplesmente tentando obter os cuidados médicos que merecem”, disse ele.
“Fomos claros em diversas ocasiões: as ações do Hamas não diminuem as responsabilidades de Israel na proteção dos civis em Gaza, e isto é algo sobre o qual continuaremos a ter uma conversa ativa com os nossos homólogos”, acrescentou.
As forças israelenses cercaram o hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, o maior do enclave, que segundo elas fica em cima de um quartel-general subterrâneo de militantes do Hamas.
O Hamas, o grupo islâmico que governa Gaza, nega a presença de combatentes e afirma que 650 pacientes e entre 5.000 e 7.000 outros civis estão presos nas dependências do hospital, sob constante fogo de franco-atiradores e drones. O grupo diz que 40 pacientes morreram nos últimos dias, incluindo três bebês prematuros cujas incubadoras foram danificadas.
Um representante do Hamas em Beirute disse que 25 dos 35 hospitais de Gaza estavam fora de uso devido aos ataques de Israel. O destino de Al Shifa, em particular, tornou-se um foco de alarme internacional, inclusive por parte do aliado mais próximo de Israel, os Estados Unidos.
Israel nega que o hospital esteja sitiado e diz que suas forças permitem rotas de saída para quem está lá dentro. Médicos e funcionários do hospital negam e dizem que aqueles que tentam sair ficam sob ataques. A Reuters não conseguiu verificar a situação.