Castelo vira base do Brasil em Paris-2024 e faz parte de investimentos de R$ 43 milhões do COB

Disputar uma Olimpíada pode ser um verdadeiro conto de fada para aqueles atletas que cresceram ouvindo histórias de príncipes e princesas. Nos Jogos Olímpicos de Paris, eles poderão dizer que realizaram o sonho com direito até a ter um castelo para chamar de seu. Tudo porque o COB (Comitê Olímpico Internacional) escolheu o Chateau de Saint-Ouen, localizado na pequena cidade de Saint-Ouen, ao norte de Paris, para ser a base do Time Brasil.

O monumento histórico do século XIX é palco de aulas de música atualmente. Porém, com o período de férias, ele foi transformado em um central de apoio para a delegação brasileira que pode encontrar no local um espaço reservado para encontrar amigos e familiares, serviço de performance, fisioterapia, massoterapia, preparação mental e até um cantinho do esporte seguro –caso alguém não se sinta à vontade de ter uma conversa na Vila Olímpica.

O local foi descoberto pela equipe de logística ainda em 2019, e foi escolhido por oferecer toda a estrutura necessária, além de estar próximo da Vila Olímpica, que fica a uma distância de 600 metros, ou a cinco minutos caso os atletas utilizem o transporte oficial dos Jogos.

“Esse castelo é quase uma cereja do bolo, não tem outra delegação que está presente em um castelo. Fomos entendendo os serviços prioritários para estar perto da Vila Olímpica. Se a gente estiver falando de uma distância maior, é muito difícil do atleta ir”, explicou Joyce Ardies, gerente de Jogos e Operações Internacionais do COB.

Apesar de todos esses atrativos, o maior sucesso do castelo está no subsolo, onde fica com o restaurante com o catering brasileiro. Eles podem matar a saudade do tradicional arroz e feijão, além de outros pratos tradicionais de casa, como a feijoada e o bife acebolado.

Segundo a gerente do COB, “o comentário é que eles se sentem abraçados quando eles têm esse acesso à comida brasileira. Tem muito atleta que está viajando para competir, que está longe do Brasil a 30, 40 dias… Quando eles têm o acesso a comida brasileira, eles ficam felizes”. A estimativa é servir 3.500 refeições até o final dos Jogos.

Para preservar a história do castelo, o COB contou com o apoio de profissionais especializados e tomou o cuidado até de forrar as cadeiras para não estragar o piso centenário. Nas paredes, uma série de fotos homenageando as mulheres que fizeram história nas Olimpíadas. Entre elas, está a skatista Rayssa Leal, prata em Tóquio-2020 –com 13 anos, foi a mais nova medalhista do Time Brasil entre todas as edições.

Neste ano, ela volta entre as favoritas na disputa do skate e já encontrou com o irmão Arthur no cantinho reservado para atletas e familiares. O menino tirou uma foto com a irmã famosa e deixou um recado: “Te amo”. O espaço conta com vários jogos de tabuleiro para a diversão em conjunto.

Entre as instalações, as seleções masculinas e femininas de vôlei contam com uma quadra exclusiva para treino. O local ainda disponibiliza aparelhos de academia. No 2º andar, um tatame que será utilizado para os treinos das modalidades de lutas. “As instalações do Comitê Organizador são perfeitas, mas elas têm uma restrição de uso, identificamos junto com a área esportiva que o vôlei precisava de mais tempo de treino do que era disponibilizado. E fora que aqui eles têm muita privacidade”, explica Ardies.

O piso da quadra de vôlei foi comprado para as instalações nos Jogos de Tóquio. Ao final da competição, o material ficou estocado em Portugal antes de chegar à França para os últimos retoques até ficar 100% para as seleções de Bernardinho e Zé Roberto.

Toda essa estrutura faz parte do investimento total de R$ 43 milhões do COB com a delegação para a edição de Paris. Só o Chateau teve custo de R$ 2,2 milhões –custo que foi dividido na metade entre o Comitê brasileiro e com a prefeitura de Saint Ouen.