China constrói supercomputador com 19,2 milhões de núcleos apesar de sanções dos EUA

Supercomputadores são máquinas incrivelmente potentes capazes de lidar com as funções mais complexas do mundo, como inteligência artificial, simulação e desenvolvimento de novas soluções das áreas da medicina e robótica. O Pégaso, por exemplo, é uma plataforma brasileira que auxilia geofísicos na exploração de petróleo no fundo do oceano.

Agora, um novo supercomputador criado pelo Jiangnan Computing Lab — uma empresa que fabrica processadores voltados para uso militar — em parceria com o Centro Nacional de Supercomputação de Wuxi, na província de Jiangsu, promete ser um dos mais poderosos do mundo e já está em operação, segundo uma reportagem do Supercomputing.org.

O supercomputador chinês é equipado com cerca de 19,2 milhões de núcleos distribuídos entre 49.230 plataformas que possuem sua própria memória, armazenamento e CPU. Isso significa que cada plataforma conta com 390 elementos de processamento, sugerindo que a máquina é composta pelos processadores Sunway SW26010, lançados em 2021.

Para comparar, o Frontier, supercomputador mais rápido do mundo que possui os aceleradores Instinct da AMD, é equipado com 9.472 plataformas que entregam 1,1 exaflops. Esse foi o primeiro sistema do mundo a ultrapassar a barreira da exaescala, apresentando a alta eficiência de energia que garante 62,68 gigaflops de desempenho por watt.

A Jiangnan Computing Lab não divulga muitos detalhes técnicos sobre seus processadores, portanto, não há informações sobre o desempenho do supercomputador chinês.

O Centro Nacional de Supercomputação de Wuxi também não revelou dados de performance do “monstro”. Essa é uma das instituições afetadas pelas sanções comerciais impostas pelos Estados Unidos contra a China. De acordo com a potência ocidental, há preocupações quanto ao uso de tecnologias de supercomputação na produção de armas.

A máquina recentemente foi utilizada para executar um código simular para produzir uma sequência de turbina de alta pressão com 1,69 bilhão de componentes de malha e 865 bilhões de variáveis em um projeto de desafios da NASA. A iniciativa está concorrendo ao prêmio Gordon Bell, considerado o “Nobel da supercomputação”.