Passo a passo do estudo

Para chegar às conclusões do estudo, os cientistas analisaram como a presença de outros elementos no núcleo terrestre poderia afetar seu resfriamento a partir da simulação, em um supercomputador, das interações de átomos de ferro e carbono sob pressão intensa.

Havendo a presença do carbono, o grupo descobriu que o núcleo teria capacidade de resfriamento e solidificação com muito menos super-resfriamento, podendo ser até a menos de 426,85 °C e em escalas de tempo aceitáveis.

Contudo, o estudo precisa ser aprofundado e a teoria pode ser mais complexa, dada a presença de mais elementos no centro da Terra, tais como oxigênio e silício. Por outro lado, a descoberta já lança um pouco de luz sobre o misterioso fenômeno pelo qual o núcleo terrestre passou ao longo de tanto tempo.

As implicações de não entender a formação do núcleo interno são de longo alcance. Estimativas anteriores da idade do núcleo interno variam de 500 milhões a um bilhão de anos. Mas elas não levam em conta a questão do super-resfriamento. Mesmo um modesto super-resfriamento de −173,15 °C pode significar que o núcleo interno é várias centenas de milhões de anos mais jovem do que se pensava anteriormente.

Alfred Wilson-Spencer, pesquisador de Física Mineral na Universidade de Leeds e principal autor do estudo, em artigo do The Conversation