MUNDO
Conflito Israel-Irã: cessar-fogo frágil após declarações contraditórias de vitória

Após doze dias de conflito, Israel e Irã anunciaram, de forma controversa, suas vitórias, seguidas pela declaração de um cessar-fogo mediado pelos Estados Unidos. Entretanto, a fragilidade deste cessar-fogo ficou evidente com a rápida troca de acusações de violação do acordo, acompanhada de novas investidas militares.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou uma vitória histórica, afirmando ter neutralizado a ameaça nuclear iraniana e planejando redirecionar suas ações militares para a Faixa de Gaza. Contrapondo-se, o presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, atribuiu a vitória ao Irã, alegando que, embora Israel tenha iniciado as hostilidades, foi o Irã quem as encerrou.
A declaração inicial de cessar-fogo pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi rapidamente abalada por acusações mútuas de violação do acordo, com Israel relatando ataques de mísseis iranianos e o Irã acusando Israel de novas ofensivas. Trump, mesmo após a troca de ataques, reafirmou o cessar-fogo em suas redes sociais, declarando que não haveria mais ataques israelenses contra o Irã.
O conflito teve como pano de fundo as acusações de Israel sobre a iminente capacidade nuclear iraniana, que justificou o ataque surpresa lançado no dia 13. Os Estados Unidos também participaram ativamente, atacando três usinas nucleares iranianas.
O Irã nega a construção de armas nucleares, alegando que seu programa é pacífico e que estava em negociação com os EUA. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), embora sem provas concretas de construção de bombas atômicas, acusou o Irã de não cumprir suas obrigações. O Irã, por sua vez, acusa a AIEA de parcialidade, influenciada por potências ocidentais aliadas a Israel.
A situação é ainda mais complexa considerando informações de inteligência americana, que em março negaram a construção de armas nucleares pelo Irã – informação agora questionada pelo próprio presidente Trump. A ironia reside no fato de que, apesar da negação israelense, diversas fontes históricas apontam para um vasto programa nuclear secreto iraniano, com a possível produção de dezenas de ogivas atômicas desde a década de 1950. A situação permanece tensa, com o futuro do cessar-fogo incerto e o conflito no Oriente Médio ainda longe de uma resolução definitiva.
