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MUNDO

Elon Musk vs Bill Gates: como o mundo da tecnologia se divide entre as eleições americanas

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Na corrida presidencial dos Estados Unidos de 2024, as divisões no Vale do Silício, região que abriga os principais nomes da tecnologia no mundo, refletem a polarização da política no país. Embora Kamala Harris, vice-presidente e candidata do Partido Democrata, atrai o apoio de uma parte significativa dos bilionários e investidores da indústria tecnológica, como Bill Gates, outros grandes do setor, como Elon Musk, estão se posicionando ao lado do ex-presidente Donald Trump, que concorre pelo Partido Republicano.

O Vale do Silício, historicamente identificado com o Partido Democrata, vem apresentando uma nova divisão de forças, com grandes nomes como Musk, Marc Andreessen e David Sacks manifestando publicamente seu apoio a Trump. Musk, em particular, que adquiriu a plataforma de mídia social X (antigo Twitter), tornou-se um dos maiores defensores de Trump, utilizando a rede social para propagar suas opiniões políticas.

De acordo com analistas, o bilionário utiliza sua influência digital não apenas como uma ferramenta de negócios, mas também como um instrumento para moldar o debate político, adotando uma postura ativa e combativa nas redes sociais.

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Kamala Harris conta com o apoio de um dos “pesos pesados” da indústria tecnológica. Bill Gates doou cerca de US$ 50 milhões (R$ 284 milhões) para campanha de Kamala Harris, segundo informações do New York Times.

A doação foi planejada para ser mantida em segredo. Gates, um dos fundadores da Microsoft, não declarou publicamente apoio à Kamala, e tal doação representaria uma mudança significativa em sua estratégia, que anteriormente o mantinha longe de contribuições como essa. Sua ex-esposa, Melinda Gates, doou mais de US$ 13 milhões a grupos que apoiam a campanha presidencial da vice-presidente, fez com que sua equipe conversasse com os assessores de Kamala sobre um evento conjunto e defendeu publicamente o direito ao aborto, uma questão que ela minimizou durante décadas por ser politicamente muito complicada.

Outros nomes importantes também endossaram apoio a democrata como Reid Hoffman, cofundador do LinkedIn, e Mark Cuban, bilionário, dono do Dallas Mavericks e estrela do programa Shark Tank. Hoffman, um doador tradicional do Partido Democrata, não demorou a endossar a candidatura de Harris após o presidente Joe Biden anunciar sua decisão de não buscar a reeleição.

O cofundador do LinkedIn, que já havia apoiado Biden financeiramente, agora direciona seus recursos para impulsionar a campanha de Harris, acreditando que ela representa uma continuidade das políticas econômicas progressistas e de inovação que favorecem o desenvolvimento tecnológico.

Musk tem companhia em seu apoio ao candidato Republicano. Entre eles estão Bill Ackman, diretor executivo da Pershing Square Capital Management que ajudou Musk a comprar o Twitter, e David Sacks, sócio geral da Craft Ventures deram suas contribuições financeiras à campanha de Trump. Musk, que doou aproximadamente US$ 75 milhões para um Super PAC pró-Trump, tem sido uma força motriz nas tentativas de reeleição do ex-presidente. Outros nomes de peso, como a herdeira e filantropa Miriam Adelson, também direcionaram suas doações a Trump, com Adelson contribuindo com US$ 95 milhões para o esforço de campanha republicano.

Jamie Dimon, CEO do JPMorgan Chase, e Mark Zuckerberg, CEO da Meta, não manifestaram preferência pública. Warren Buffett, CEO do conglomerado Berkshire Hathaway, embora tenha se declarado democrata em 2020, mantém silêncio nesta eleição. Outros nomes importantes como Larry Page e Sergey Brin, donos da Google, Sam Altman, CEO da OpenAI, Tim Cook, CEO da Apple e Jeff Bezos, Ex-CEO da Amazon, também não manifestaram seu apoio.

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Segundo o New York Times, após anos de pressão dos republicanos, que o acusaram de favorecer indevidamente os democratas, Mark Zuckerberg, procurou se livrar da percepção de influência política.

“Meu objetivo é ser neutro e não desempenhar um papel de uma forma ou de outra – ou mesmo parecer estar desempenhando um papel”, escreveu Zuckerberg em uma carta ao deputado republicano Jim Jordan no mês passado. Zuckerberg disse que a Meta resistiria à pressão do governo sobre a moderação de conteúdo, e que ele e sua esposa, Priscilla Chan, não retomariam as doações anteriores a um projeto de infraestrutura eleitoral apartidário que os republicanos atacaram como sendo a serviço dos democratas no ciclo eleitoral de 2020.

Já Warren Buffett, soltou um comunicado dizendo que sua companhia recebeu inúmeras alegações falsas relacionando o bilionário com as eleições em uma tentativa de lucrar com a sua reputação e que se manteria neutro neste momento. O posicionamento de Buffett foi motivado após um falso endosso político que ganhou repercussão no Instagram, segundo informações da CNBC.

“À luz do aumento do uso das redes sociais, surgiram inúmeras alegações fraudulentas sobre o suposto endosso do Sr. Buffett a produtos de investimento, bem como seu apoio a candidatos políticos. O Sr. Buffett atualmente não apoia e não apoiará, no futuro, produtos de investimento nem candidatos políticos”, informou a Berkshire Hathaway em seu site.

 

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