Em Bogotá, Lula critica Trump e diz que enviou carta ao americano

Enviado especial a Bogotá — O presidente Lula afirmou, nesta sexta-feira (22/8), ter enviado uma carta ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, convidando o americano a participar da COP30, a conferência do clima da ONU que acontecerá no mês de novembro, em Belém (PA).

“Eu, inclusive, mandei uma carta pessoal ao presidente Trump. Ele está sendo convidado para ir à COP. E cada presidente vai receber uma carta, com a minha assinatura. Não é uma carta eletrônica, é com a minha assinatura. Para demonstrar se eles vão tratar com seriedade essa COP ou não. Porque, se não tratarem com seriedade, vamos ter que pensar no que fazer daqui para frente para cuidar do planeta”, afirmou Lula em discurso na cúpula dos países amazônicos em Bogotá, capital da Colômbia.

Em sua fala, Lula voltou a criticar Trump por tomar decisões sozinho, sem levar em conta organismos internacionais, como a ONU e a Organização Mundial do Comércio (OMC). Para o petista, é preciso ter uma nova governança mundial e a manutenção do multilateralismo.

“Tem que ter uma governança mundial. E, para isso, você não pode acabar com o multilateralismo. Você não pode fazer o que o presidente americano está fazendo. Tomando decisões sozinho, sem levar em conta o que diz a OMC, sem levar em conta a ONU, sem levar em conta nada. É nesse clima que a gente vai chegar à COP30”, disse o mandatário brasileiro.

Sem citar nominalmente Trump, Lula ainda mandou uma indireta aos americanos, ao afirmar que países ricos “utilizam a luta contra o desmatamento como justificativa para o protecionismo” e “usam o combate ao crime organizado como pretexto para violar nossa soberania”.

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“Há muito tempo que os países ricos nos acusam de não cuidar da floresta. Aqueles que poluíram o planeta tentam impor modelos que não nos servem. Utilizam a luta contra o desmatamento como justificativa para o protecionismo. Usam o combate ao crime organizado como pretexto para violar nossa soberania”, disse o presidente brasileiro.

No últimos dias, os Estados Unidos posicionaram navios e efetivo militar no mar do Caribe, próximo à Venezuela, sob o pretexto de combater os cartéis de drogas. A operação fez países da América Latina temerem uma invasão dos americanos ao território venezuelano.