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Em Israel, deputado brasileiro relata tensão em bunkers: ‘Experiência que jamais tive’

O deputado distrital João Cardoso (Avante) está em Israel e relatou momentos de tensão ao se abrigar em um bunker durante os ataques entre Israel e Irã, nos últimos dias.
Nesta quinta-feira, 19, Cardoso afirmou que por volta das 7 horas do horário local, estava em um bunker, a mando das autoridades.
O deputado afirmou que foi chamado para ir ao país em missão religiosa, a convite de um centro internacional de formação cristã. “Eu, como presidente da frente parlamentar católica do Distrito Federal, vim justamente com esse objetivo de termos o conhecimento de todo o início do cristianismo”, falou.
Cardoso afirma que chegou junto com seus colegas em Tel Aviv, onde ficaram dois dias, e fizeram algumas visitas turísticas no dia 11 de junho. Na mesma data, um alarme soou para alertar a população sobre o ataque de Israel contra o Irã. “Era o início dessa incursão que está acontecendo”.
Depois, o grupo foi para a região do Mar da Galileia, onde passaram quatro noites, e em todas elas foi preciso descer para um bunker. “O alarme tocava principalmente durante a noite. Então aqui nós temos que seguir as orientações do governo de Israel, todos no bunker, porque pessoas tem sido feridas e até mortas por estilhaços, ou seja, as carcaças desses mísseis”, relata o político.
Agora, o grupo do qual o deputado faz parte deve seguir para Jerusalém e para o Cairo, no Egito, onde irão embarcar de volta para o Brasil. “Lá será o nosso resgate, onde a empresa que está contratada conseguiu emitir as passagens mais rápido. Por conta dessa paralisação aqui em Israel, toda a Europa está com o seu fluxo de viagens bem congestionado, então as passagens são compradas muitas vezes com o tempo mais para frente, mas conseguimos podermos sair pelo Cairo, no Egito”.
O deslocamento até o local de resgate é feito com o auxílio de guias autorizados pelo governo israelense. “É um momento que não é fácil, que o povo aqui tem vivido durante esse tempo todo. O risco de não estar no bunker é maior, e é claro que é um sofrimento que o povo tem passado por aqui. O povo que está em guerra, uma experiência que jamais eu tive, mas tenho visto que a falta de paz no mundo ocasiona sofrimento das pessoas”, pontua.
Cardoso afirma ainda que ouviu relatos de pessoas que não conseguem viver normalmente suas rotinas porque, a qualquer momento, é preciso ir para um bunker.
“Temos relatos de pessoas que dizem que não aguentam mais essa rotina, de não ter uma noite bem dormida, de não ter um descanso, de muitas vezes se deslocar do local que está… Não é uma coisa fácil, sair para ver alguma coisa na cidade, fazer uma compra, então é uma situação muito delicada”, completa.
