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Embaixada dos EUA amplifica críticas a Moraes após sanções a esposa e instituto

Brasília – A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil reacendeu a polêmica em torno do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, ao republicar, na rede social X, mensagens de figuras do governo Donald Trump que celebram as sanções impostas contra a advogada Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro, e o instituto Lex, ligado à família.
As sanções, aplicadas sob a Lei Magnitsky, já atingem o próprio Alexandre de Moraes desde julho. A decisão foi oficializada pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros do Departamento do Tesouro norte-americano.
As mensagens republicadas pela embaixada incluem a tradução de um post do secretário de Estado, Marco Rubio, que afirma: “Os Estados Unidos estão sancionando uma rede-chave de apoio ao violador de direitos humanos Alexandre de Moraes, incluindo sua esposa e a holding deles, o Instituto Lex. Que isto sirva de aviso a quem ameace os interesses dos EUA protegendo e respaldando atores estrangeiros como Moraes: vocês serão responsabilizados.”
Outra mensagem compartilhada é do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, que acusa Moraes de ser “responsável por uma campanha opressiva de censura, detenções arbitrárias e processos politizados — incluindo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.”
O governo brasileiro reagiu com indignação às sanções, classificando a medida como uma agressão que desvirtua a própria Lei Magnitsky. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores expressou que o Brasil “não se curvará a mais essa agressão” e que a medida não alcançará “seu objetivo de beneficiar aqueles que lideraram a tentativa frustrada de golpe de Estado”. O governo brasileiro também enfatizou que Trump, ao aplicar esse recurso, ofende o Brasil, “uma democracia que se defendeu, com êxito, de uma tentativa de golpe de Estado”.
O ministro Alexandre de Moraes também se manifestou, afirmando que continuará sua missão constitucional de julgar com independência e imparcialidade. Ele considerou “ilegal e lamentável” a sanção contra sua esposa, contrastando a medida com a história dos Estados Unidos de defesa dos direitos fundamentais.
A decisão do governo dos Estados Unidos ocorre após a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe, em processo relatado por Moraes. A ação é vista como uma retaliação de Trump, aliado de Bolsonaro, ao ministro do STF.
