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MUNDO

Equipe descobre o que há no fundo do grande buraco azul de Belize, “onde a luz não chega”

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Uma equipe de cientistas embarcou recentemente em uma missão para explorar um colossal buraco azul, um Patrimônio Mundial da UNESCO, que se estende por 300 metros de largura e mergulha a uma profundidade de 124 metros.

Seus esforços preliminares para iluminar o abismo revelaram uma cena desanimadora: resíduos plásticos espalhados por essa maravilha natural.

No entanto, as profundezas que a luz não conseguiu penetrar exigiam métodos alternativos para desvendar os segredos ocultos do oceano. Erika Bergman, oceanógrafa e piloto-chefe do submarino na expedição, detalhou em uma postagem de blog como a equipe usou sonar para gerar uma imagem tridimensional do buraco azul.

Os pesquisadores se concentraram em pontos específicos de interesse, como cavernas de estalactites formadas durante períodos de baixos níveis do mar, quando o buraco azul era uma caverna seca. Essas características geológicas foram posteriormente incrustadas por crescimento marinho.

A uma profundidade de 88 metros, a equipe identificou uma camada de carbonato de cálcio, que antes sustentava um recife de corais. A 124 metros, descobriram vestígios de pequenas formações de estalactites e estalagmites, agora enterradas na areia.

Uma camada de sulfeto de hidrogênio a 91 metros marca uma transição acentuada: abaixo desse ponto, o buraco azul é totalmente anóxico, desprovido de qualquer vestígio de oxigênio. Essa ausência de oxigênio é evidenciada ainda mais por um desconcertante “cemitério de caramujos”, como descrito por Bergman, onde centenas de caramujos mortos caíram provável e acidentalmente no buraco azul.

Bergman caracteriza o buraco azul como “surreal”, uma descrição que certamente parece apropriada para um ambiente tão misterioso e enigmático. Contrariando a imagem idílica evocada pelo Mar do Caribe, o sinistro cemitério de caramujos e as profundezas repletas de lixo desse enorme buraco azul servem como um lembrete contundente do impacto antropogênico, mesmo nos cantos mais remotos e aparentemente intocados de nosso planeta.

Embora a exploração dessa formação geológica única tenha iluminado suas profundezas misteriosas e lançado luz sobre sua evolução histórica, também expôs a natureza invasiva da poluição induzida pelo homem. À medida que os cientistas continuam a desvendar os segredos do buraco azul, é essencial reconhecermos e enfrentarmos os desafios ambientais que ameaçam essas maravilhas naturais, garantindo sua preservação para as gerações futuras.

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