MUNDO
Estudo revela impacto da genética do QI das pessoas
A ciência ainda quer entender o que determina nossa inteligência, e um artigo publicado na revista Personality and Individual Differences pode ajudar nessa tarefa. Segundo esse estudo, a genética se torna mais influente na formação de nossas habilidades intelectuais à medida que envelhecemos, enquanto fatores externos são mais significativos para o QI durante os primeiros anos de vida.
- Sistema detecta predisposição genética para QI alto e doenças degenerativas
- Teste de QI em gêmeas idênticas criadas em países diferentes surpreende
O QI (quociente de inteligência) é uma medida da capacidade de raciocínio de uma pessoa. A forma mais comum de se obter esse dado é por meio do famoso teste de QI.
No estudo em questão, os pesquisadores da California State University analisaram gêmeos idênticos criados separadamente. Assim, eles notaram um aumento na semelhança de QI conforme esses gêmeos envelheceram.
O estudo envolveu três grupos distintos:
- Primeiro grupo: 15 pares de gêmeos idênticos chineses jovens criados separadamente;
- Segundo grupo: 12 pares de gêmeos idênticos adultos dinamarqueses criados separadamente;
- Terceiro grupo: 43 pares de irmãos da mesma idade (mas não gêmeos) criados juntos.
No caso do primeiro grupo, o estudo mediu a inteligência desses gêmeos em duas ocasiões diferentes usando um teste de QI. No primeiro teste, os gêmeos tinham dez anos de idade. No segundo teste, tinham 14 anos.
Já o segundo grupo consistiu em gêmeos identificados entre 1954 e 1957, que foram separados no início da vida e acompanhados longitudinalmente. Eles tinham uma idade média de 51 anos no primeiro teste, e o intervalo entre as duas sessões de teste foi de 11 meses.
No terceiro grupo, os irmãos eram ambos adotados ou um biológico e um adotado, o que os pesquisadores chamaram de “gêmeos virtuais”. O primeiro teste aconteceu quando eles tinham seis anos de idade, e o segundo quando eles tinham dez anos.
Para os gêmeos chineses criados separadamente, o estudo descobriu que suas pontuações de QI se tornaram mais semelhantes ao longo do tempo, ou seja: sua composição genética compartilhada desempenhava um papel mais proeminente na determinação de sua inteligência, apesar de terem sido criados em ambientes diferentes.
Genética e QI
Da mesma forma, os gêmeos adultos dinamarqueses criados separadamente também mostraram um aumento na similaridade de QI ao longo do tempo.
Já em contraste com os gêmeos criados separadamente, os gêmeos virtuais apresentaram uma diminuição na similaridade de QI ao longo do tempo. Ou seja: a influência do ambiente compartilhado na inteligência diminui à medida que as crianças crescem.