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Fictossexual: homem que se casou com cantora virtual luta pelo direito de amar personagem fictícia
Em 2018, Akihiko Kondo gastou R$ 85 mil para se casar com Hatsune Miku, uma cantora de realidade virtual que já fez turnê com Lady Gaga. Na época, o desenho de então 16 anos foi representado por um boneco de pelúcia na cerimônia para melhorar a compreensão dos convidados.
Cinco anos após sua união, o japonês, de 40 anos, decidiu fundar a Associação Fictossexual para promover a compreensão da fictossexualidade. No caso, a atração romântica por personagens fictícios. Até o momento, o grupo tem apenas quatro integrantes, mas espera organizar um evento ainda neste ano.
“Nunca a traí, sempre fui apaixonado por Miku. Penso nela todos os dias”, disse Akihiko à agência France Presse. “Fundamos a Associação para promover a compreensão da fictossexualidade porque a sociedade não tem uma boa compreensão da questão”, complementou ele ao Daily Star.
Mesmo em um país como o Japão, obcecado por animações, o casamento de Akihiko surpreendeu muita gente. Em entrevista ao DailyStar, ele contou que pretende ser reconhecido como uma “minoria sexual” que não pode se imaginar tendo uma relação com uma mulher de carne e osso.
“Não é justo, é como querer que um homem gay tenha encontros com uma mulher, ou que uma lésbica se relacione com um homem”, comparou o nipônico.
O repúdio ao relacionamento pouco convencional não demorou a se manifestar. Segundo Akhiko, logo após seu casamento começou a receber ataques de diversos núcleos sociais. “Minha mãe não aprovava, e minha irmã e meu cunhado também não concordavam com a minha escolha. Eles não vieram ao casamento”. No trabalho ele afirma ter sido chamado de “esquisito”, “louco” e “psicopata”.