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Governo brasileiro prega cautela apesar de sinais de diálogo com os EUA sobre tarifas

Apesar de declarações do presidente americano Donald Trump sinalizando abertura para diálogo com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre as tarifas impostas pelos EUA a produtos brasileiros, o governo brasileiro mantém postura cautelosa e prepara um plano de contingência.
Embora Trump tenha afirmado que Lula pode contatá-lo a qualquer momento, ele também criticou o governo brasileiro, gerando cautela no Itamaraty quanto à abordagem a ser utilizada em uma eventual ligação. A prioridade é garantir que uma conversa entre os presidentes seja conduzida com o tom e conteúdo adequados, evitando desrespeito ou destrato.
Lula, por sua vez, reiterou a disposição do Brasil para o diálogo, enfatizando o foco atual do governo em proteger a economia nacional, as empresas e os trabalhadores diante das tarifas americanas. A equipe econômica está elaborando um plano de contingência, analisando caso a caso os setores afetados pelas medidas americanas, considerando as exceções concedidas a alguns produtos.
Internamente, há a percepção de que o afastamento da família Bolsonaro do cenário internacional é crucial para o sucesso das negociações econômicas com os EUA. Embora não haja previsão de pronunciamento presidencial sobre soberania nacional no fim de semana, o tema poderá ser abordado em evento do PT no domingo.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, recebeu positivamente a iniciativa de Trump, tendo inclusive conseguido abrir um canal de diálogo com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, para uma reunião na próxima semana. Haddad pretende abordar também a aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes, buscando entender sua abrangência. A situação demonstra uma complexidade nas relações entre Brasil e EUA, exigindo uma estratégia diplomática cautelosa e bem definida por parte do governo brasileiro.
