Milícia xiita ameaça EUA no Oriente Médio

Uma influente milícia xiita, respaldada pelo Irã, no Iraque, declarou nesta quinta-feira sua intenção de atacar bases militares dos Estados Unidos no Oriente Médio, caso o governo Trump decida se envolver no conflito entre Israel e Irã.

Abu Ali al-Askari, líder de segurança do Kataib Hezbollah, emitiu um comunicado contundente, afirmando: “Reafirmamos, com ainda mais clareza, que, caso os Estados Unidos entrem nesta guerra, o desequilibrado [presidente americano Donald] Trump perderá todos os trilhões que sonha em angariar desta região. Planos operacionais foram estabelecidos para esse fim.” Ele acrescentou que as bases americanas na região se tornariam “campos de caça de patos”.

Al-Askari também fez ameaças de fechar o Estreito de Ormuz, uma importante via de navegação entre o Golfo Pérsico e o Golfo de Omã, além da hidrovia Bab-el-Mandeb, que conecta o Golfo de Aden ao Mar Vermelho. Ele alertou que “os portos petrolíferos ao longo do Mar Vermelho cessarão suas operações”, mencionando ainda “surpresas imprevistas” que poderiam aguardar aeronaves americanas.

Em janeiro de 2024, os EUA relataram que o Kataib Hezbollah provavelmente foi responsável por um ataque de drone que resultou na morte de três soldados americanos e feriu mais de 30 em um posto avançado na Jordânia, conhecido como Torre 22, próximo à fronteira com a Síria. A Resistência Islâmica no Iraque, que agrupa várias milícias apoiadas pelo Irã, também reivindicou ataques a alvos na fronteira entre a Jordânia e a Síria, incluindo o acampamento de Al-Rukban.

Trump, por sua vez, indicou que dará um prazo de duas semanas para que a diplomacia avance antes de decidir sobre um possível ataque ao Irã.

As bases dos EUA no Oriente Médio têm uma longa história, com a Base Aérea de Al Udeid, no Catar, sendo a maior em termos de guarnição, construída em 1996. Outros países com presença militar americana incluem Bahrein, Kuwait, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Atualmente, cerca de 30 mil militares dos EUA estão na região, uma redução significativa em comparação com os mais de 100 mil no Afeganistão em 2011 e mais de 160 mil no Iraque em 2007. Na Síria, há cerca de 2 mil militares em pequenas bases, principalmente no nordeste do país, e aproximadamente 2.500 estão estacionados no Iraque.