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MUNDO

Museu do Louvre reabre em Paris e diretora é questionada no Senado

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Agentes de segurança colocam barreiras ao redor da pirâmide do Museu do Louvre, em Paris, em 20 de outubro de 2025, um dia após um roubo espetacular. Foto: REUTERS - Benoit Tessier / RFI

O Museu do Louvre reabriu as portas para os visitantes nesta quarta-feira (22), três dias depois de um roubo inédito de joias do acervo ter levado ao fechamento excepcional da instituição. A galeria Apolo, de onde foram levadas as peças do século XIX, permanecerá interditada ao público.

Habitualmente, o local fecha nas terças-feiras. O museu mais visitado do mundo reabriu nesta manhã no horário habitual, às 9h (4h em Brasília), para os visitantes munidos de ingressos reservados previamente.

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Na tarde desta quarta, a diretora do Louvre, que não se pronunciou em público desde domingo, irá ao Senado francês para dar explicações sobre o roubo, cujo valor é estimado em € 88 milhões (R$ 550 milhões). As falhas na segurança que permitiram a ação cinematográfica dos ladrões estão no centro das atenções.

Laurence des Cars falará à Comissão de Cultura do Senado e responderá aos questionamentos da ministra da Cultura, Rachida Dati. Em maio de 2021, Cars se tornou a primeira mulher a chefiar o Louvre, uma instituição de renome mundial que recebeu 9 milhões de visitantes em 2024, 80% deles estrangeiros.

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O jornal conservador francês Le Figaro noticiou que a diretora apresentou sua demissão após o roubo, mas o pedido foi recusado e ela recebeu apoio do presidente francês, Emmanuel Macron. Contatado pela AFP, o Louvre não quis comentar.

Prejuízo de R$ 550 milhões

Laurence des Cars deverá ser interrogada sobre as condições de segurança na galeria Apolo, que abriga a coleção real de pedras preciosas e os Diamantes da Coroa, num total de 800 peças. Entre as oito roubadas pelos ladrões, estavam a tiara da imperatriz Eugênia (esposa de Napoleão III), com quase 2.000 diamantes, e o colar de safiras de Maria Amélia (esposa do rei Luís Filipe I) e Hortênsia de Beauharnais (mãe de Napoleão III).

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O prejuízo é estimado em € 88 milhões (R$ 550 milhões), sem contar a perda patrimonial histórica, de valor inestimável, apontou a promotora de Paris, Laure Beccuau, à emissora RTL. Diante das acusações dos parlamentares na terça-feira, a ministra Dati descartou qualquer “violação de segurança interna” do museu, afirmando que as medidas “funcionaram”. Ela culpou a falta de segurança na área externa do museu, permitindo que os ladrões instalassem um elevador de carga e entrassem por uma janela.

A ministra e candidata de direita à prefeitura de Paris nas eleições municipais de março próximo reconheceu que a proteção das obras de arte foi negligenciada por muito tempo.

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Aumento da segurança

Os sindicatos do museu se reuniram na terça-feira no ministério para discutir as medidas a serem adotadas, além da investigação administrativa sobre as circunstâncias do roubo. Os sindicatos denunciaram a redução do número de agentes de segurança nos últimos anos.

Em um relatório preliminar visto na segunda-feira pela AFP, o Tribunal de Contas, instituição responsável por verificar o uso de recursos públicos na França, lamentou o atraso na implantação de equipamentos destinados a garantir a proteção das obras do museu.

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Laurence des Cars possui vasta experiência em museus. Antes de ingressar no Louvre, a especialista em arte do século XIX e início do século XX presidiu o Museu de Orsay e o Museu de l’Orangerie em Paris, que abrigam inúmeras obras impressionistas e pós-impressionistas.

Em julho de 2007, ela também atuou como diretora científica da agência France-Muséums, responsável pela criação do Louvre Abu Dhabi, e foi promovida ao corpo de curadores gerais do patrimônio francês em 2011.

Elevador de carga foi roubado

As investigações do crime ainda não levaram à localização dos ladrões. A procuradora Laure Beccuau ressaltou que as impressões digitais encontradas estão em análise. Ela confirmou que quatro pessoas participaram da ação, mas deixou aberta a possibilidade de que, “ao redor delas”, haja uma rede de apoio que possa ter colaborado com o roubo.

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Questionada sobre possíveis cúmplices internos no museu, Beccuau respondeu que não pode “confirmar nem negar” essa hipótese, por enquanto. A procuradora também informou que o veículo com plataforma elevatória usado no roubo foi obtido pelos criminosos por meio de um aluguel fraudulento para uma mudança fictícia.

“Quando um dos funcionários da empresa apareceu no local da mudança, ele se deparou com dois homens ameaçadores, mas que não foram violentos com ele”, acrescentou Beccuau, mencionando o registro de uma queixa pela empresa de aluguel de maquinário.

 

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