MUNDO
Navios de guerra russos entram no porto de Havana, em Cuba
Embora tanto os Estados Unidos quanto Cuba tenham dito que os navios não são uma ameaça, a chegada das embarcações é vista como uma demonstração de força russa em meio às tensões elevadas devido à guerra na Ucrânia.
Submarino nuclear
Os primeiros navios a chegar foram o Akademik Pashin, que transporta combustível, e um rebocador, o Nikolay Chiker, seguidos da fragata Admiral Gorshkov.
O submarino nuclear Kazan, que segundo Cuba e EUA não carrega armas nucleares, esperava na costa.
Antes de chegar a Cuba, as quatro embarcações haviam realizado treinos de com “armas de mísseis de alta precisão” no Atlântico, informou o ministério russo da Defesa.
Segundo autoridades americanas, os navios devem permanecer na região pelos próximos meses. À agência de notícias Associated Press, uma delas disse que a movimentação russa “não representa uma ameaça direta aos Estados Unidos”.
Conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan disse não haver evidências de que a Rússia esteja transferindo mísseis para Cuba, mas que Washington seguiria vigilante.
Um sinal da Rússia para os EUA?
A Rússia é um aliado de longa data de Venezuela e Cuba, com quem os Estados Unidos não mantêm boas relações. Por isso, navios e aeronaves russos estão periodicamente no Caribe.
No entanto, essas movimentações mais recentes ocorrem menos de duas semanas após o presidente Joe Biden autorizar o uso de armas enviadas à Ucrânia para ataques em território russo que visem a proteção de Kharkiv.
Isso levou o presidente russo Vladimir Putin a sugerir que Moscou poderia usar “medidas assimétricas” para responder em outras partes do mundo.
A doutrina diplomática, militar e de defesa de Moscou dá importância à América Latina e ao Caribe, considerando a área como parte da esfera de influência dos EUA que pode ser usada como contrapeso às atividades de Washington na Europa.
A chegada dos navios militares russos ocorre em meio a uma das piores crises sociais e econômicas em Cuba das últimas décadas, com a ilha enfrentando falta de comida, medicamentos e combustível.