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MUNDO

Primeiro-ministro da Índia faz meditação na TV em busca votos

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Na Índia, a rodada final das eleições gerais, que duram seis semanas e começaram em 19 de abril, acontecerá neste sábado, 1º de junho. Os resultados devem ser divulgados na próxima terça-feira (4/6). Oficialmente, os candidatos encerraram suas respectivas campanhas, mas o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, encontrou uma outra maneira de continuar no palanque, para atrair a atenção da mídia e convencer os cerca de 1 bilhão de eleitores do país.

O premiê anunciou que fará um retiro de meditação de dois dias, que será acompanhado por vários canais de TV. Em uma mensagem publicada na rede X, sua equipe de campanha postou uma foto de Modi em trajes típicos e com linhas brancas desenhadas na testa, que representam os devotos do deus hindu Shiva. Na imagem, ele está de olhos fechados e pernas cruzadas.

A “meditação” do primeiro-ministro indiano invadiu as redes de TV do país, que transmitiram as imagens durante o dia todo. Em 2019, ele organizou o mesmo evento após o fim da campanha, com câmeras que o acompanharam até uma caverna no Himalaia.

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Desta vez, o local escolhido para o retiro do primeiro-ministro foi o memorial de Swamy Vivekananda, no extremo sul da Índia, um símbolo espiritual para os hindus. Narendra Modi está no comando do país desde desde 2014, e foi reeleito em 2019.

O partido do premiê, o BJP, é a vertente política do grupo nacionalista RSS (Rashtriya Swayamsevak Sangh), de extrema direita, que se inspira de movimentos europeus na mesma linha.

Sua filosofia é estabelecer o hinduísmo como religião de Estado, para tornar a Índia uma nação hindu com uma identidade religiosa e cultural única. A oposição, que compara o movimento aos islamistas nigerianos do Boko Haram, acusa o RSS de defender o hinduísmo sectário e de querer limitar a Índia a uma única identidade religiosa.

Modi em sua campanha tem tentado apaziguar as minorias religiosas e a comunidade internacional. A índia, em pleno desenvolvimento econômico, não tem interesse em contrariar possíveis parceiros comerciais, como é o caso dos EUA.

“Isto não é uma meditação, é um espetáculo teatral. É como nos filmes, quando você vê os atores meditando, porque o papel deles exige isso. É a mesma coisa. Ele faz o papel de Vivekananda aqui e quer mostrar que é um verdadeiro discípulo de Vivekananda”, explica Nilanjan Mukhopadhyay, escritor e biógrafo de Narendra Modi.

Swami Vivekananda, que nasceu em 1863, é um pensador indiano conhecido por ser o “criador da Índia moderna”, e por ter disseminado o hinduísmo pelo mundo e a prática da Yoga, que inclui a meditação. Ele inspirou o movimento pela Independência da Índia, em 1947.

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O monge hindu do século 19 é particularmente venerado em Bengala, região que vai às urnas neste sábado (1°). A oposição pediu à comissão eleitoral que proibisse a transmissão da meditação do primeiro-ministro, dizendo que se tratava de um ato de campanha, mas não obteve resposta.

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