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MUNDO

Prostitutas trocam de passaportes e dão “migué” para entrar na Europa

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Quando o sonho europeu ganha ares de pesadelo e garotas de programa brasileiras são presas e deportadas pelos mais diferentes motivos, entra em ação uma nova estratégia adotada pelas prostitutas e redes especializadas em tráfico humano: a troca de nome e sobrenome nos cartórios. Com passaportes novos em folha, o esquema dribla a imigração e aquece o mercado do sexo mundo afora.

Sem burocracia e em pouco mais de 48 horas, cartórios de registro civil possibilitam a troca dos nomes e sobrenomes para qualquer pessoa. Durante a apuração do caso envolvendo o tráfico de mulheres entre o Distrito Federal e a Bélgica, a coluna descobriu que o subterfúgio passou a ser usado com frequência pelas garotas de programa com restrição para retornar a diversos países europeus.

Em cartórios do DF, as prostitutas desembolsam R$ 55,01 na retificação do registro mais R$ 10,99 para garantir a emissão da certidão. Investem, no total, R$ 66 para mudar o nome e ganhar “vida nova”, perante as imigrações europeias, que pecam pela falta de rigidez na fiscalização. A coluna conversou com uma garota de programa que alterou o nome após ser presa e deportada. Atualmente, ela já retornou à Europa e negocia uma hora de sexo por até 500 euros.

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Ouça relato de garota de programa que mudou de nome e retornou à Europa após ser presa e deportada:

 

Rota e harmonização

Além da troca de nomes e emissão de novos passaportes, as garotas de programa investem em harmonização facial para tentar escapar das câmeras de reconhecimento facial espalhadas pelos aeroportos mais rígidos, como é o caso de Londres, por exemplo. Segundo a mulher ouvida pela coluna, as principais rotas de entrada são as capitais Paris (França) e Madrid (Espanha).

“A entrada por Roma também é fácil e não há muita rigidez. Em Madrid também não se pode quase nada. No entanto, existem aeroportos muito complicados que, mesmo após a mudança de passaporte, há a chance de a garota deportada ser flagrada tentando entrar novamente no país. Em Amsterdã (Holanda), Zurique (Suíça) e Lisboa (Portugal), é muito difícil de entrar e não ser descoberta”, disse.

Após retornarem à Europa, depois de serem presas e deportadas, as garotas de programa percorrem rotas alternativas para chegarem às cidades desejadas e evitar a imigração. Na maioria das vezes, os trajetos são feitos de ônibus ou de trem. Antes de se aventurarem na nova tentativa de movimentar a rede de prostituição internacional, as mulheres trocam informações entre si, por meio de grupos no WhatsApp. A coluna teve acesso a uma série de prints sobre as conversas entre as garotas.

Prostitutas presas

A legalidade da prostituição na Europa varia de país para país. Alguns proíbem oficialmente a oferta de sexo por dinheiro, enquanto outros permitem a prostituição em si, mas proíbem a exploração sexual por meio de bordéis, por exemplo. Na Suécia, Noruega e Islândia, comete crime a pessoa que paga por sexo. Quem se prostitui, não.

Já no Leste Europeu, as leis atingem as garotas de programa, uma vez que, nesses países, a prostituição é condenável do ponto de vista moral. Outros países com regras rígidas que inibem a prática e declaram-se oficialmente contra a prostituição são o Reino Unido, a Irlanda e a França.

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Quando querem se arriscar, as prostitutas brasileiras cruzam o mundo e desembarcam em Dubai, capital dos Emirados Árabes Unidos. Ávidas pelos petrodólares, as garotas se submetem a uma série de exigências para conseguir fazer programas clandestinos com milionários árabes. No entanto, correm risco de serem presas e passarem meses ou até anos atrás das grades, já que a atividade é considerada crime no país.

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