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MUNDO

Psiquiatra alerta para problema invisível na saúde do Papa Leão XIV: ‘Há o risco’

Publicado em

Papa Leão XIV é o novo líder da Igreja Católica - Reprodução/Instagram

A eleição de um novo papa sempre gera expectativa mundial. No entanto, por trás da figura simbólica de Papa Leão XIV, há um ser humano enfrentando pressões invisíveis que podem afetar seriamente sua saúde mental.

Mas afinal, quais são os riscos psíquicos que acompanham o cargo mais alto da Igreja Católica? A CARAS Brasil conversou com a psiquiatra Maria Fernanda Caliani, que analisou os possíveis impactos psicológicos que a liderança do Vaticano pode trazer ao novo pontífice.

Liderar a Igreja pode afetar a saúde mental de alguém com fé inabalável?

De acordo com a especialista, ser líder da Igreja pode afetar a saúde mental de uma pessoa. Mesmo ela tendo uma forte vocação espiritual e longa trajetória religiosa, não está imune às pressões psíquicas do cargo: “Sim, pode. Mesmo alguém com vocação espiritual sólida e uma vida dedicada à missão religiosa está sujeito às pressões psicológicas que acompanham posições de alto comando.”

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A psiquiatra reforça que o Vaticano é muito mais do que um centro religioso. Liderá-lo é carregar o peso de uma instituição histórica, política e espiritual com milhões de fiéis ao redor do mundo.

“Liderar o Vaticano significa não apenas conduzir uma instituição religiosa, mas também uma estrutura política, histórica e simbólica com milhões de seguidores. Esse tipo de responsabilidade envolve um nível de cobrança e exposição que pode gerar ansiedade, insônia, sobrecarga emocional e até quadros de exaustão psíquica — o que chamamos de burnout. Ter fé não exclui a condição humana, que é vulnerável ao estresse crônico, especialmente quando o autocuidado emocional é negligenciado em nome do dever“, explica ela.

O simbolismo do cargo pode gerar sofrimento psicológico silencioso?

A posição de papa carrega uma aura de infalibilidade, o que pode se tornar um fardo emocional para quem ocupa esse papel. “O peso simbólico de liderar uma instituição milenar e conservadora, como a Igreja Católica, pode gerar um sentimento de solidão extrema, medo de falhar, dificuldade em demonstrar fragilidade e, muitas vezes, repressão emocional. Líderes religiosos nesse contexto podem sentir que precisam manter uma postura infalível, o que dificulta o reconhecimento das próprias vulnerabilidades.”

Caliani aponta que essa cobrança pode resultar em problemas emocionais graves, como depressão, ansiedade e conflitos internos: “Isso pode levar ao isolamento afetivo, à perda de espontaneidade e ao desenvolvimento de sintomas depressivos ou ansiosos. Há ainda o risco de dissociação entre o papel público e o eu íntimo, o que pode agravar conflitos internos e sofrimento psíquico silencioso.”

Existem sinais de alerta que a Igreja não pode ignorar?

Ao ser questionada se existem sinais de alerta para problemas psicológicos, Caliani afirma que sim e eles podem ser sutis no início. Mudanças comportamentais e emocionais são os primeiros indícios de que algo não vai bem.

“Sim, há sinais que podem indicar que a saúde mental está sendo impactada: mudanças bruscas de humor, cansaço excessivo, retraimento social, perda de interesse por atividades antes valorizadas, dificuldades de concentração, irritabilidade e insônia são alguns deles.”

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A Igreja está preparada para cuidar da saúde mental de seus líderes?

Na visão da psiquiatra, ainda há muito a ser feito. O reconhecimento da vulnerabilidade humana dentro do clero é essencial para promover o equilíbrio emocional dos líderes religiosos.

“A Igreja, como instituição, precisa reconhecer que seus líderes também são humanos e necessitam de suporte psicológico contínuo. Uma medida importante seria a criação de núcleos de saúde mental confidenciais, compostos por profissionais capacitados, para acompanhar esses líderes de forma ética e respeitosa. A escuta ativa, sem julgamento, e o incentivo à terapia são passos fundamentais para garantir o equilíbrio emocional e a continuidade da missão com saúde”, finaliza.

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