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Rússia diz que está pronta para responder a pedido de ajuda da Venezuela

A Rússia está preparada para responder às solicitações de assistência da Venezuela, ao mesmo tempo em que pede que não haja uma escalada de tensão na região, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharova, nesta sexta-feira, 7.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, pediu a Moscou apoio militar, incluindo reparos nos caças Sukhoi de fabricação russa, atualizações nos sistemas de radar e a entrega de sistemas de mísseis.
A solicitação foi feita em resposta ao que Caracas considera como ameaças crescentes de Washington, que construiu uma grande presença militar no Caribe nos últimos meses.
Zakharova, porém, não detalhou que tipo de apoio Moscou estaria disposta a fornecer. Ela destacou que a Venezuela é um parceiro histórico da Rússia, mas afirmou que o objetivo do Kremlin é evitar um agravamento da crise na América Latina, o que, segundo disse, “não seria positivo para ninguém”.
Nos últimos dias, o presidente venezuelano Nicolás Maduro solicitou apoio militar a Moscou. Entre os pedidos estão reparos em caças Sukhoi de fabricação russa, modernização de sistemas de radar e o envio de novos sistemas de mísseis. Embora o arsenal venezuelano tenha forte presença de equipamentos russos, sua capacidade operacional é considerada limitada após anos de sanções econômicas.
A movimentação ocorre em resposta ao que Caracas interpreta como ameaça direta dos Estados Unidos. O governo Trump enviou ao sul do Caribe uma ampla força militar, incluindo o maior porta-aviões do mundo, dezenas de navios, aeronaves de combate, helicópteros de operações especiais e um submarino nuclear.
Zakharova criticou qualquer possibilidade de intervenção militar norte-americana no país vizinho.
“Uma agressão direta só piorará a situação, em vez de resolver os problemas, que podem ser solucionados por vias jurídicas e diplomáticas”, afirmou.
O governo russo disse ainda estar em contato constante com Caracas para acompanhar os desdobramentos da crise.
Tensões entre EUA e Venezuela
A crise entre Washington e Caracas se agravou a partir de agosto, quando Trump classificou cartéis latino-americanos como organizações terroristas e autorizou operações militares contra eles. O governo norte-americano acusou Maduro de chefiar o Cartel de Los Soles e aumentou de US$ 25 milhões para US$ 50 milhões a recompensa por sua captura.
Além disso, tropas e equipamentos foram deslocados para a região do Caribe — movimento interpretado por analistas como uma forma de pressão militar.
Trump também admitiu ter autorizado operações secretas da CIA na Venezuela e afirmou, em entrevista à rede CBS, que acredita que “os dias de Maduro estão contados”.









