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Rússia e Ucrânia iniciam negociações em Belarus; as negociações acontecem no quinto dia da ofensiva russa
Representantes do governo da Ucrânia chegaram à Belarus na manhã desta segunda-feira, 28, para participarem das negociações de cessar-fogo com o governo da Rússia. Dentre as exigências, além do cessar-fogo imediato, está a retirada de tropas russas.
“A questão chave é um cessar-fogo e a retirada das tropas do território ucraniano”, diz uma nota da presidência ucraniana. O ministro da Defesa, Oleksiy Reznikov, lidera a delegação ucraniana.
As negociações acontecem no quinto dia da ofensiva russa, no momento em que a invasão encontra uma forte resistência para avançar contra Kiev. O negociador russo Vladimir Medinsky confirmou que o encontro começaria por volta das 12h (horário local, 6h no horário de Brasília).
Em entrevista à Jovem Pan, o professor de direito internacional da FMU Manuel Furriela analisou a situação da negociação, dizendo que um acordo é improvável, uma vez que as exigências russas dificilmente devem ser aceitas pelos ucranianos.
“É uma situação difícil. É improvável que saia um acordo, porque as exigências russas são de difícil aceitação por parte da Ucrânia. Alguma possibilidade de armistício, de suspensão da guerra, para que haja um processo de negociação. Mas nada mais do que isso. As exigências russas envolvem, obviamente, o não ingresso da Ucrânia na OTAN e, neste momento, em função da vantagem militar russa, as exigências sejam mais extensas no sentido de reivindicações territoriais. É muito difícil que a Ucrânia tenha condição de atender qualquer tipo de item que não seja a suspensão do conflito neste momento”, afirmou o professor, que também citou o combate desigual entre as nações e exaltou a postura de Zelensky, que ainda está em Kiev.
O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, disse que a Santa Sé “está pronta a facilitar as negociações”. A proposta do Vaticano foi feita algumas horas antes do início das primeiras conversas entre as partes em Belarus.
“A Santa Sé, que nos últimos anos tem acompanhado de forma constante, discreta e com grande atenção os acontecimentos na Ucrânia, oferecendo sua disponibilidade para facilitar o diálogo com a Rússia, está sempre pronta para ajudar as partes a retomarem o caminho do diálogo”, afirmou o número dois do Vaticano em uma entrevista concedida a jornais italianos.