MUNDO
Satélite europeu detecta indícios do próximo El Niño
Dados do nível do oceano coletados pelo satélite Sentinel-6 Michael Freilich revelaram sinais de que o próximo El Niño já está se formando ao longo do Equador no Oceano Pacífico. Operado em conjunto pela europeia EUMETSAT e pela NASA, o aparelho capturou a formação de ondas Kelvin, conhecidas por anteciparem o fenômeno climático.
Ondas Kelvin se elevam cerca de 5 a 10 centímetros da superfície do oceano e se movem em direção ao oeste ao longo da Linha do Equador por centenas de quilômetros. Elas transportam calor do Pacífico ocidental para o oriental e, quando começam nesta época do ano, são um bom indicador de que o fenômeno El Niño deve acontecer em breve.
Apesar da elevação das ondas Kelvin parecer pequena, o Sentinel-6 Michael Freilich — nomeado em homenagem ao oceanógrafo que dirigiu a divisão de Ciências da Terra da NASA entre 2006 e 2019 — possui um radar altímetro capaz de detectá-las através do envio de microondas.
Josh Willis, do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, diz que a agência está monitorando atentamente qualquer sinal do próximo El Niño. “Se ele for grande, o planeta verá um aquecimento recorde,” afirma o cientista. A Organização Meteorológica Mundial (WMO) e a Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA) vêm reportando crescentes probabilidades de que o fenômeno aconteça já nos próximos meses.
O El Niño-Oscilação do Sul é um fenômeno cíclico caracterizado pelo aumento da temperatura da água no Oceano Pacífico, mas seus efeitos não se limitam a esta região do globo — o clima de todo o planeta é afetado. A Terra saiu recentemente de um longo período de La Niña, outra etapa do ciclo, em que as águas do Pacífico se resfriam.