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Saul Klein diz não ter ‘recurso’ e que é financiado por sócio em meio a disputa por herança

O empresário Saul Klein, 71, filho do fundador da Casas Bahia, afirma não ter ‘recurso financeiro nenhum’ enquanto busca receber R$ 260 milhões da herança deixada pelo pai. Atualizada, a cifra chega a R$ 500 milhões e, de acordo com Saul, em entrevista à Folha de S. Paulo, é considerada ‘parcela incontestável’.
Em meio ao imbróglio judicial pela divisão da herança de Samuel Klein, o conflito entre os irmãos, Michael e Saul, voltou a ganhar destaque. Ao jornal, Saul disse que passou por cirurgia, ficou internado na UTI e, sem recursos, precisou arcar com mais de R$ 100 mil mensais, incluindo homecare.
O valor, segundo o empresário, tem sido pago por Enzo Gorentzvaig, seu sócio na 360 Graus, empresa que, ao final do processo, receberá 30% da herança a ser recebida por ele. Michael, que é inventariante da família, diz que a sociedade faz ‘caça ao tesouro’ e acusa o irmão de ter exagerado na divulgação do quadro clínico para influenciar no processo judicial.
Segundo Saul, a cirurgia se deu por um quadro de septicemia por perfuração de uma úlcera gástrica hemorrágica: “Passei por uma cirurgia emergencial e permaneci por um período prolongado na UTI do hospital Vila Nova Star, sob cuidados intensivos”. O empresário também rebateu as acusações do irmão, que afirmou que Saul não precisaria de mais dinheiro para pagar a internação.
“Possuo plano de saúde, porém ele é custeado por terceiros. Além disso, esse plano não cobre todas as necessidades decorrentes do problema de saúde que enfrentei e exige tratamentos e cuidados adicionais”, afirmou.
Questionado, Saul Klein revelou ‘não ter nenhum recurso financeiro’ e que é financiado pela empresa em que é sócio com Gorentzvaig. A falta por um consenso para a destinação da herança de Samuel Klein, segundo o filho, se dá pela ‘não finalização do inventário’ de seu pai. Ele também rebate as alegações de que teria recebido o valor a que tinha direito quando deixou a Casas Bahia.
“Não recebi toda a minha herança em 2009. Recebi uma quantia doada pelo meu pai e o valor foi o mesmo destinado a meus outros irmãos. Era uma antecipação de parte do patrimônio dele dada em vida. Com sua morte, em 2014, havia o remanescente, que está sendo discutido”, afirmou.
Saul também nega ter vendido seus direitos hereditários e que vigora um ‘contrato de prestação de serviços’ com a 360º que, inclusive, já teria sido apresentado nos autos do inventário.
“Essa parceria começou quando eu buscava apoio para a resolução do inventário do meu pai. Já conhecia os sócios da 360 Graus há muitos anos, pessoas de absoluta confiança com quem tinha intimidade. Eles me auxiliam estrategicamente e financeiramente até que eu possa me reerguer”, explicou.
Saul defende o recebimento dos R$ 260 milhões e a atualização dos valores com correção monetária: “Meu objetivo, portanto, é garantir essa correção e o levantamento desses valores. Passada toda essa tempestade, tenho grandes planos ao lado do meu sócio Enzo Gorentzvaig”.
