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MUNDO

Telescópio Hubble revela mistério em estrela que explodiu

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Astrônomos observaram o sistema estelar HM Sagittae (ou apenas “HM Sge”) e tiveram uma surpresa: ao analisar os dados obtidos pelo telescópio Hubble e pelo observatório SOFIA, eles descobriram que o sistema ficou mais quente — e, curiosamente, mais escuro.

HM Sge é um dos sistemas mais curiosos da Via Láctea. Ali, existem uma estrela anã branca e uma gigante vermelha que se orbitam; enquanto isso, a anã branca coleta gás da sua vizinha, formando um disco. Se houver matéria suficiente ali, o disco sofre uma explosão termonuclear.

Foi o que aconteceu na década de 1970, quando o sistema sofreu uma nova e ficou 250 vezes mais brilhante; normalmente, os objetos que explodem em novas voltam logo ao brilho original, mas não foi o que aconteceu em HM Sge.

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Na verdade, a estrela se manteve mais luminosa por décadas, e foi só recentemente que os astrônomos descobriram que o sistema perdeu um pouco da sua luz. Para investigar o que estava acontecendo, Ravi Sankrit, membro do Instituto de Ciência do Telescópio Espacial, usou os instrumentos do Hubble e do SOFIA.

Ele e seus colegas queriam investigar o que mudou em HM Sge nos últimos 30 anos em observações da luz infravermelha ao ultravioleta. Primeiro, os dados do ultravioleta obtidos pelo Hubble indicaram uma forte linha de emissão do magnésio bastante ionizado.

O elemento estava ausente no espectro obtido em 1990, e sua presença no espectro do Hubble indica que a anã branca e seu disco de acreção têm mais de 249.982 °C atualmente — em 1989, a temperatura era de 222.204 °C.

Já os dados do observatório aéreo SOFIA, que foi aposentado em 2022, mostram que o sistema está cercado por água, gás e poeira. As observações no infravermelho mostraram que a estrela gigante, a qual é a responsável pela poeira, voltou à sua “rotina” alguns anos após a explosão, mas escureceu outra vez nos últimos anos.

“Estrelas simbióticas como a HM Sge são raras em nossa galáxia, e testemunhar uma explosão do tipo nova é ainda mais raro. Esse evento único é um tesouro para os astrofísicos de várias décadas”, comentou Steven Goldman, outro membro do Instituto.

O artigo que descreve as descobertas sobre HM Sge foi publicado na revista Astrophysical Journal.

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