MUNDO
Trump acusa China de sempre ‘passar perna’ nos EUA e afirma que fará o mesmo; Pequim fala em bullying

Depois de iniciar uma guerra comercial com a China que resultou uma retaliação do país asiático, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou os chineses de “sempre ter passado a perna” nos cidadãos norte-americanos e afirmou que, agora, fará o mesmo.
“Eles [chineses] sempre nos passaram a perna a torto e a direito. Vamos agora passar a perna neles”, disse Trump durante um jantar do Comitê Nacional Republicano para o Congresso, na noite de terça-feira, 8, horas depois de anunciar tarifas de 104% sobre os produtos vindos de Pequim.
Nesta quarta-feira, 9, o governo chinês criticou a fala do presidente dos EUA e o acusou de “bullying” e “atos intimidatórios”. “Os EUA continuam a abusar das tarifas sobre a China. A China se opõe firmemente e jamais aceitará tais atos hegemônicos e de bullying”, disse o ministro das Relações Exteriores chinês.
Em um comunicado enviado à Organização Mundial do Comércio (OMC), a China afirmou também que a decisão dos EUA de impor o tarifaço ameaça desestabilizar o comércio global e considerou que “a situação se agravou perigosamente”.
“Como um dos membros afetados, a China expressa profunda preocupação e firme oposição a essa medida imprudente”, diz o texto, acessado pela agência Reuters.
A China também afirmou em uma reunião da OMC sobre comércio de bens que as tarifas recíprocas violavam as regras da organização e minavam o sistema multilateral de comércio.
“Tarifas recíprocas não são –e nunca serão– uma cura para os desequilíbrios comerciais. Em vez disso, elas sairão pela culatra, prejudicando os próprios EUA”, continua.
Tarifas adicionais
Os Estados Unidos confirmou tarifa de 104% aos produtos vindos da China depois que a China não voltou atrás nas taxas recíprocas. Na segunda-feira, 7, o republicano escreveu que iria aumentar as tarifas existentes sobre a China em 50%, a menos que Pequim retirasse suas tarifas retaliatórias sobre produtos dos EUA até terça-feira, 8.
Antes de confirmar a taxa, Trump disse que a China teria um prazo de “12 horas” para remover suas tarifas. O republicano disse que estava esperando uma ligação da China para fazer um acordo que evite a guerra de tarifas entre os países. Por volta da 13h de terça-feira, 8, a tarifa adicional foi confirmada pela secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
