MUNDO
Ucrânia recebe novos tanques da Alemanha e Reino Unido
Alemanha e Reino Unido entregaram à Ucrânia tanques de fabricação ocidental que devem reforçar a capacidade das tropas de Kiev de repelir as forças invasoras da Rússia, indicaram autoridades nesta segunda-feira (27).
Esses tanques, há tempos na lista de desejos de Kiev, foram prometidos pelos países ocidentais este ano e chegam a tempo para a tão esperada ofensiva da Ucrânia da primavera europeia.
Paralelamente ao reforço do arsenal ucraniano, a Rússia mantém o plano de seu presidente, Vladimir Putin, de enviar armas nucleares táticas para a Belarus, aliada de Moscou, no norte da Ucrânia, apesar das críticas.
O chefe do governo alemão, Olaf Scholz, disse a repórteres nesta segunda-feira que tanques de batalha Leopard “muito modernos” foram fornecidos a Kiev. O Ministério da Defesa indicou posteriormente que 18 unidades foram enviadas.
“Nossos tanques chegaram às mãos de nossos amigos ucranianos como prometido e dentro do prazo”, disse o ministro da Defesa, Boris Pistorius, em comunicado.
Além disso, Kiev também recebeu tanques britânicos Challenger, disse uma porta-voz do Ministério da Defesa ucraniano.
O chefe da pasta, Oleksiy Reznikov, disse anteriormente que havia inspecionado uma “nova adição” ao seu arsenal, consistindo desses tanques, veículos de combate de infantaria alemães Marder e veículos blindados americanos Stryker e Cougar.
“Um ano atrás, ninguém imaginaria que o apoio de nossos parceiros seria tão forte”, disse Reznikov no Facebook.
– Envio de armas nucleares –
Em Moscou, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, disse que as críticas ocidentais ao anúncio de Putin sobre o envio de armas nucleares a Belarus “não podem influenciar os planos da Rússia”.
Em uma entrevista televisionada dois dias antes, Putin revelou que enviaria armas nucleares táticas “sem violar” seus “acordos internacionais sobre a não proliferação nuclear”.
A ameaça de um desastre nuclear cresce sobre o conflito há um ano, especialmente em volta da usina nuclear de Zaporizhzhia, controlada pelos russos desde os primeiros dias da guerra.
Durante uma visita do diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, disse que não era possível garantir a segurança em volta dessa usina nuclear.
“Sem a retirada imediata das tropas e do pessoal russo da usina nuclear de Zaporizhzhia e seu território adjacente, qualquer iniciativa para restaurar a segurança nuclear está condenada ao fracasso”, afirmou.
Grossi, que deve visitar esta semana a usina, disse que se reuniu com Zelensky na cidade de Zaporizhzhia e que reiterou “o apoio total da AIEA às instalações nucleares da Ucrânia”.
– Evacuações no front –
No leste da Ucrânia, mísseis russos atingiram diversos edifícios em Sloviansk, mataram duas pessoas que estavam em seus carros e feriram mais de 30 pessoas, segundo a polícia.
Um gorro manchado de sangue jazia ao lado de uma rua, ao lado de um veículo estacionado com o banco da frente manchado de vermelho e coberto de cacos de vidro.
A polícia indicou que os projéteis eram mísseis russos S-300s, projetados teoricamente para defesa aérea, mas usados por Moscou para realizar ataques terrestres diante da suposta falta de munições de suas tropas.
Em Avdiivka, outra cidade duramente atingida pelos ataques na linha de frente na região leste de Donetsk, uma autoridade ucraniana disse que os trabalhadores municipais estavam sendo evacuados à medida que as forças russas avançavam.
“Avdiivka parece cada vez mais um lugar saído de filmes pós-apocalípticos”, disse o chefe da administração militar local, Vitaliy Barabash, nas redes sociais.
“Por isso, tomou-se a difícil decisão de evacuar (…) os trabalhadores municipais, que pelo menos tentaram manter a limpeza e vitalidade da cidade” enquanto seguiram lá, completou.
“Portanto, foi tomada a difícil decisão de evacuar (…) os trabalhadores municipais, que pelo menos tentaram manter a limpeza e a vitalidade da cidade” enquanto lá se encontravam, acrescentou.
As forças russas tentam ocupar toda a região leste de Donetsk há meses, com combates especialmente sangrentos na cidade de Bakhmut, ao norte de Avdiivka.