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Uma das metas para salvar planeta do colapso climático não será atingida, diz ONU: ‘Inevitável’

A meta de limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação à era pré-industrial não será alcançada, admitiu o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, nesta quarta-feira, 22.
“Uma coisa já está clara: não conseguiremos conter o aquecimento global abaixo de 1,5°C nos próximos anos”, disse Guterres em uma reunião na Organização Meteorológica Mundial (OMM) da ONU, em Genebra, enfatizando que “ultrapassar o limite agora é inevitável”.
O aquecimento de 1,5 °C é calculado em relação ao período de 1850-1900, antes da humanidade começar a queimar carvão, petróleo e gás industrialmente, cuja combustão emite dióxido de carbono, um gás de efeito estufa amplamente responsável pela mudança climática.
Esse é o alvo mais otimista que os países do mundo incluíram no Acordo de Paris de 2015, mas que muitos climatologistas já consideravam impossível de alcançar, uma vez que as emissões de CO2 ainda não estão diminuindo globalmente.
Aquecimento sem precedentes
Em maio deste ano, a Atualização Climática Global Anual e Decenal da Organização Meteorológica Mundial (OMM), uma agência da (ONU), projetou que as temperaturas globais devem continuar em níveis recordes ou próximos a eles nos próximos cinco anos, aumentando os riscos e impactos climáticos nas sociedades, economias e desenvolvimento sustentável.
O relatório prevê que a temperatura média global próxima à superfície, calculada anualmente para cada ano entre 2025 e 2029, deverá ser entre 1,2 °C e 1,9 °C superior à média dos anos de 1850 a 1900.
Há 80% de chance de que pelo menos um dos próximos cinco anos ultrapasse 2024 como o mais quente já registrado. E há 86% de chance de que pelo menos um ano seja mais de 1,5 °C acima do nível pré-industrial. O relatório não fornece previsões globais para anos individuais.
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Há ainda uma probabilidade de 70% de que o aquecimento médio do planeta supere a marca de 1,5 °C em relação à era pré-industrial entre 2025 e 2029, projetou nesta quarta-feira, 28, a entidade.
O planeta vai continuar em um nível sem precedentes de aquecimento global, depois que 2023 e 2024 foram os anos mais quentes registrados, apontou o Serviço Meteorológico do Reino Unido, a partir das previsões de dez centros internacionais, em um relatório publicado pela OMM.
“Acabamos de viver a década mais quente já registrada. Infelizmente, este relatório da OMM não mostra sinais de que isso vá mudar”, resumiu, à época, a secretária-geral adjunta da OMM, Ko Barrett.
