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MUNDO

Velório de Pepe Mujica acontece nesta quarta (14) e será aberto ao público

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O velório do ex-presidente do Uruguai José ‘Pepe’ Mujica acontece nesta quarta-feira, 14, a partir das 10h. A cerimônia será aberta ao público no Salão dos Degraus Perdidos, no Palácio Legislativo, em Montevidéu.

O governo do Uruguai decretou luto oficial de três dias por sua morte, com bandeiras hasteadas a meio mastro em todas as repartições públicas no país e no exterior.

Em nota, o governo também afirma que a gestão de Mujica foi marcada “pela implementação de políticas progressistas, inovadoras e descentralizadoras, com profunda base humanista e igualitária, que deixaram um legado histórico de leis e propostas que renderam ao Uruguai e a Mujica reconhecimento regional e internacional”.

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Rincón del Cerro, na zona rural de Montevidéu. Ele estava acompanhado de sua esposa, a senadora Lucía Topolansky.

Mujica tratava um câncer no esôfago e havia anunciado, em janeiro deste ano, que a doença tinha se espalhado.

Na última segunda-feira, 12, Lucía anunciou que ele estava em estado terminal e sob cuidados paliativos.

De acordo com a senadora, os médicos estavam tentando “fazer isso acontecer da melhor forma possível”, mantendo-o sem dor, capaz de dormir e sem ansiedade.

De guerrilheiro a ‘presidente mais pobre do mundo’

Nascido em 20 de maio de 1935, em Montevidéu, Pepe integrou o Movimento de Liberação Nacional – Tupamaros. O grupo guerrilheiro, fundado por Raúl Sendic, era contra à liderança repressiva do Uruguai, ainda antes da ditadura militar. Atuava com roubos a bancos e empresas, distribuindo o saque entre os mais pobres.

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O uruguaio foi preso três vezes ao longo da vida, uma delas por causa do assassinato de um policial. Ele fugiu da prisão duas vezes –incluindo a famosa fuga de Punta Carretas–, mas foi recapturado em ambas e cumpriu cerca de 14 anos no total. Em 1972, o ex-presidente levou seis tiros e quase sangrou até a morte na calçada, após revidar uma abordagem policial em uma pizzaria.

Como prisioneiro da ditadura militar que tomou o poder em um golpe em junho de 1973, Mujica foi torturado e passou longos períodos de tempo em confinamento solitário, como contou em seu livro biográfico Mujica, publicado por Miguel Ángel Campodónico em 1999.

Famoso por dirigir seu fusca azul, ganhou o apelido de “presidente mais pobre do mundo” devido às suas maneiras simples de viver. Um título que rejeitava. Pregava uma vida menos consumista e a Justiça Social, temas que marcaram a sua passagem pela presidência.

Após deixar o cargo, ele se tornou senador, posto que ocupou até 2020, quando se aposentou da vida política.

Em outubro do ano passado, em entrevista ao El País, Mujica falou sobre a morte.

“Eu me dediquei a mudar o mundo e não mudei po*** nenhuma, mas estive entretido. E gerei muitos amigos e muitos aliados nessa loucura de mudar o mundo para melhorá-lo. E dei um sentido à minha vida. Vou morrer feliz, não por morrer, mas por deixar uma marca que me supera com vantagem. Nada mais”, declarou.

 

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