Passados mais de dois dias do pior terremoto já registrado na Turquia e um dos maiores da história dos continentes europeu e asiático, o momento é de contagem de mortos, encontrados sob escombros de prédios residenciais e comerciais que desabaram.
O abalo sísmico foi de 7,8 na Escala Richter, que vai de 1 a 10. Foi o maior terremoto em 80 anos na Turquia e na Síria, segundo contagem oficial.
O tremor durou um minuto e meio e devastou a região central da Turquia e o norte da Síria. Nesta quarta-feira (8), pequenos tremores ainda são sentidos no país e entre as vítimas estão muitas crianças, inclusive recém-nascidas. Muitas das que sobreviveram ficaram sem pais ou qualquer outro membro da família. O drama no país é ainda maior por cauda do período de inverno, que nesta época do ano chega a registrar até 30 graus negativos, com muita neve.
O relato dramático foi feito nesta manhã ao portal ContilNet pelo professor e artista plástico Dinildomar Chagas de Moura, de 55 anos, acreano de Rio Branco que mora na Turquia desde 2012. Ele testemunhou os abalos na madrugada de segunda-feira (6). O raio de alcance do tremor foi de 250 quilômetros e, portanto, foi fortemente sentido em várias partes do país. O tremor também foi sentido em Israel, no Iraque, no Chipre e no Líbano. Não há registro de vítimas ou feridos nesses países.
O epicentro do tremo foi a 10 quilômetros da superfície. Geologicamente, esta é uma profundidade considerada baixa e pode explicar, em parte, o tamanho da destruição provocada.
De acordo com o acreano, o número total de mortos leva em conta as contagens da Turquia e de parte da Síria, país vizinho. Na Turquia, o balanço até a manhã desta quarta era de 8.754. Na Síria, o balanço de mortos é de mais de 2.530. Os dados foram compilados pelos governos dos países e por grupos de resgate.
Foi o pior terremoto desde 1939 na região, muito propensa ao fenômeno por ser uma área de encontro de placas tectônicas. Na Síria, foram 2.530 mortos, segundo levantamento do governo e da Organizações das Nações Unidas (ONU).
A Organização Mundial de Saúde (OMS) afirmou que o número de vítimas pode ser até oito vezes maior porque ainda há muita gente soterrada nos escombros. Mais de 10 mil pessoas ficaram feridas, e milhares ainda estão desaparecidas.
A seguir, veja o vídeo com o relato de Dinildomar Chagas de Moura.