POLÍCIA
Acusado de matar a namorada em roleta-russa vai a júri popular em Rio Branco
Alessandro Silva Magalhães, de 20 anos, foi indiciado e vai enfrentar o conselho de sentença da 1ª Vara do Tribunal Júri Popular de Rio Branco pela morte da namorada, Cristina Raquel dos Santos Barros, de 20 anos, assassinada com um tiro na cabeça. O crime teria ocorrido durante uma brincadeira com o uso de uma arma, na modalidade roleta-russa.
O crime ocorreu no dia 10 de maio de 2020, no bairro Jorge Lavocat, onde o casal residia. Denúncia do Ministério Público Estadual (MPAC), já aceita pela Justiça, diz que na tarde de 9 de maio de 2020, Magalhães passou a manusear um revólver, direcionando várias vezes contra a cabeça de sua namorada, simulando uma brincadeira, confirmando a informação inicial da brincadeira de roleta-russa.
O MPAC disse, no entanto, que o crime não aconteceu no momento da suposta brincadeira, o que descarta a possibilidade de crime acidental, sem a intenção de matar.
A dinâmica do crime mostra que, naquela noite fatal, o casal se dirigiu a um bar, onde teve um desentendimento, que era costumeiro, segundo revelaram pessoas ouvidas após o crime. No retorno para casa, já de madrugada, o casal começou a alternar momentos de brigas e brincadeiras, quando Alessandro passou a exibir a arma e apontar para a mulher. A vítima estava sentada sobre a cama quando Magalhães entrou no quarto apontando um revólver para ela e dizendo: “Eu não disse que tu ia morrer sua vagabunda?”, diz a denúncia do MP.
Ainda conforme o órgão, por pensar que seria mais uma brincadeira, a vítima não esboçou reação, e o acusado efetuou o disparo que levou a morte de Cristina. Por isso, ele foi denunciado por homicídio com a qualificadora de crime por razões da condição de sexo feminino da vítima, o feminicídio, além de recurso que dificultou a defesa da vítima, pois ao simular uma brincadeira de roleta-russa desde a tarde anterior, acabou ocultando sua verdadeira intenção de matar a própria namorada, fazendo com que ela deixasse de tomar qualquer precaução que pudessem evitar a própria morte.
No dia 21 de julho, o juiz Alesson Braz da 1ª Vara do Tribunal do Júri aceitou a denúncia contra Magalhães e decretou a prisão dele que foi efetuada pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Após a prisão, a Polícia Civil informou que o acusado foi levado para a Delegacia de Flagrantes (Defla) e foi colocado à disposição da justiça.