Acusados de matar ativista Micaias e amigo vão a júri popular em Rio Branco

Rio Branco, AC – Ítalo Machado do Nascimento e Eduardo Queiroz Veríssimo, apontados como integrantes de uma facção criminosa, serão submetidos a julgamento pelo Tribunal do Júri popular. A decisão, proferida pelo juiz Alesson Braz da 2ª Vara do Tribunal do Júri, ocorreu após a audiência de instrução e julgamento realizada nesta segunda-feira, 1º de setembro. Ambos são acusados de duplo homicídio e participação em organização criminosa.

O brutal assassinato ocorreu em 10 de fevereiro deste ano, no bairro Taquari, em Rio Branco. As vítimas são Micaias Santos de Almeida, de 19 anos, e seu amigo André da Silva Santos, também de 19. Na ocasião, Micaias e André retornavam para casa de bicicleta quando foram surpreendidos por disparos efetuados por homens em uma motocicleta.

Micaias Santos de Almeida morreu no local do ataque. André da Silva Santos, gravemente ferido, lutou pela vida por três meses, mas infelizmente faleceu em uma unidade de saúde.

Micaias era uma figura respeitada e querida na comunidade do Taquari. Apesar de sua pouca idade, era reconhecido por seu incansável trabalho voluntário, dedicando-se a afastar adolescentes da criminalidade. Ele promovia atividades esportivas, sociais e culturais, muitas vezes sem qualquer apoio financeiro formal.

Seus esforços contavam apenas com a colaboração de moradores e o auxílio da Polícia Militar, demonstrando um profundo compromisso com a juventude e o bem-estar de sua comunidade. A morte de Micaias gerou grande consternação e revolta entre aqueles que conheciam seu trabalho e dedicação.

A investigação do caso foi conduzida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que conseguiu identificar e prender os dois suspeitos, Ítalo Machado do Nascimento e Eduardo Queiroz Veríssimo. Após a conclusão do inquérito, o Ministério Público apresentou a denúncia formal, resultando agora na decisão de pronúncia para que os acusados sejam julgados pelo Tribunal do Júri.

A ida a júri popular representa um passo crucial na busca por justiça para Micaias e André, e para a comunidade do Taquari, que clama por segurança e o fim da violência.