POLÍCIA
Adolescente que matou a família pesquisou como sacar R$ 33 mil do FGTS

O adolescente de 14 anos que confessou ter matado os pais e o irmão de 3 anos em Itaperuna, no Rio de Janeiro, pesquisou como sacar o ‘FGTS de falecido’. O pai dele teria direito a receber R$ 33 mil.
Essa é uma das linhas de investigação sobre o caso. Os agentes teriam descoberto após o crime que o menino fez a consulta no celular depois de assassinar a família a tiros.
“Nós não sabemos ainda se essa foi a motivação, mas, independente de ter sido essa ou o namoro, ambas configuram motivo fútil. Ele tem muito o que responder na Justiça”, afirmou o delegado Carlos Augusto Guimarães, titular da 143ª DP (Itaperuna).
O namoro ao qual a autoridade se refere é virtual, que o menino mantinha com outra adolescente de 15 anos, do Mato Grosso. Os pais não aprovavam o relacionamento e o teriam proibido de viajar até lá. Inclusive, os policiais teriam encontrado uma bolsa de viagem pronta durante a perícia.
“Nela, estavam os celulares das vítimas. O adolescente não deu muitos detalhes sobre a namorada, mas falou que eles se conheceram nesses jogos online. Nós entramos em contato com a polícia do Mato Grosso para localizarem a menina”, declarou o delegado.
O crime
De acordo com as autoridades, o crime ocorreu no último sábado, 21, quando ele pegou a arma do pai e atirou contra Inaila Teixeira, 37 anos, Antônio Carlos Teixeira, de 45, e o irmão, enquanto dormiam. Depois disso, ele espalhou produto químico pelo chão e arrastou os corpos até uma cisterna da casa para ocultá-los.
O desaparecimento das vítimas foi registrado na terça-feira, 24, quando a avó do adolescente foi até a 143ª DP (Itaperuna) com ele, após não conseguir contatar os familiares. Segundo o jornal Extra!, ele teria dito à polícia que os pais desapareceram ao tentar socorrer o caçula, que havia se engasgado com um caco de vidro.
No entanto, os agentes não localizaram nenhum registro no hospital da cidade. Então, foi solicitada a perícia na casa das vítimas. O encontro dos corpos ocorreu na quarta, 25, após a polícia ir até a casa e identificar manchas de sangue no colchão e nas roupas do casal, além de pontos queimados.
“A quantidade de sangue era incompatível com o acidente doméstico que ele narrou para a gente”, afirmou o delegado Carlos Augusto Guimarães ao jornal.
Um forte odor foi sentido pelos policiais, que localizaram os corpos dentro da cisterna. “Depois que localizamos o corpo, ele confessou o crime. Disse ter dado um tiro na cabeça do pai e da mãe; no irmão, foi no pescoço. Perguntamos por que ele matou o menino, e ele disse que foi para poupá-lo da perda dos pais”, completou o delegado responsável pelo caso.
O adolescente vai responder por fato análogo aos crimes de triplo homicídio e ocultação de cadáver.
Frieza
O delegado também destacou a frieza com que o menor relatou os crimes. Ele teria ficado no quarto dos pais para dormir, já que era o único cômodo com ar-condicionado, mas tomou um suplemento pré-treino para se manter acordado.
Quando todos adormeceram, ele pegou a arma do pai –que possuía registro de Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador (CAC)–, escondida no colchão, e cometeu o crime.
“Ele foi muito espontâneo ao contar como cometeu os crimes. É um menino frio, sem remorso. Perguntamos se ele se arrependia, e ele disse que não, que faria tudo de novo. As respostas que ele nos deu foram rápidas e o tempo todo ele se autoafirmava como homem. Tinha um “que” de psicopatia. Ele pode ter premeditado tudo, ou é um menino muito inteligente”, finalizou o delegado.
