POLÍCIA
Amante que esfaqueou candidato diz que teve aplique de cabelo arrancado
Daisa Garcia, ex-amante do candidato a deputado federal Saulo Batista (Republicanos-MS) e apontada pela Polícia Civil como autora das facadas contra o homem, diz que foi agredida pelo postulante durante a briga que resultou no crime. O homem alega que agiu em legítima defesa após ela partir para cima dele com a faca. O crime ocorreu nessa segunda-feira (26), em um apartamento de luxo de Campo Grande.
Uma discussão entre os envolvidos começou após Daisa, com quem Saulo tinha um relacionamento extraconjugal, encontrar o homem com outra mulher no apartamento, segundo a Polícia Civil. De acordo com a advogada de Daisa, a suspeita foi agredida pelo candidato e pela mulher que estava com ele.
“Ela está no hospital, com o pulso muito inchado. Muita dor de cabeça, arrancaram todo o mega hair dela na mão, os dois contra ela. Ela até pediu para a polícia ajudar ela a pegar o mega que ficou no chão do apartamento, porque ela quer de volta”, conta a advogada de Daisa, Kalanit Tiecher.
Mega hair é uma marca de extensores de cabelo, em que fios naturais são usados para alongar o comprimento do cabelo.
Já Saulo relata que agiu em legítima defesa.
“Ela pode ter ferimentos no braço e possivelmente no cabelo. No braço foi onde se segura para desarmar alguém que está com uma faca e o cabelo foi para tirar ela de cima de mim”.
Ao g1, Saulo Batista confirmou manter com Daisa uma relação extraconjugal de quase três anos. Segundo ele, o relacionamento terminou 48h antes do crime. “Desde sábado, a gente tinha decidido encerrar o relacionamento. Durante o domingo, ela tomou algumas providências para o fim, desocupou o apartamento em que morava, porque ela e a filha dela moravam no mesmo condomínio que eu, em um outro flat”, diz.
O candidato a deputado federal comenta que na segunda-feira (26) estava no apartamento com uma mulher quando a ex-amante chegou. “Ela foi na casa, estava com uma amiga em casa, não era garota de programa, não era amante. Chegando lá, ela encontrou a situação e teve um ataque de fúria”.
O homem diz que funcionários do condomínio retiraram Daisa do corredor, porém ela voltou logo depois. “Passado alguns minutos, ela retornou e entrou, querendo agredir a moça, pegou a faca. Inicialmente ela ia partir para cima da moça, tentei desarmá-la e ela desferiu os golpes de faca contra mim”, conta.
Depois do crime, Daisa foi até a Delegacia de Atendimento à Mulher (Deam) e encaminhada para a Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac), na companhia da advogada, para relatar o acontecido.
Ferido, Saulo foi encaminhado para a Santa Casa da capital. Segundo o boletim da ocorrência, o candidato saiu do hospital sem receber alta e foi prestar queixa na Depac da região central de Campo Grande.
O caso foi registrado como lesão corporal (violência doméstica) e está sendo investigado. O delegado que acompanha o caso, Gabriel Desterro esclarece a tipificação do crime.
“A deliberação pela tipificação em lesões corporais, e não homicídio tentado, estava vinculada ao depoimento da testemunha, que afirmou que houve interrupção dos atos executório voluntariamente e a própria suspeita gritou pedindo por ajuda médica”, informa ao g1.
Desta forma, a autoridade policial afirma que em um primeiro momento não foi verificada a intenção de matar, que qualificaria o crime como tentativa de homicídio.