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POLÍCIA

Amigo de motorista de Porsche precisou tirar o baço e segue na UTI

Publicado em

Marcus Vinicius Machado Rocha, de 22 anos, o passageiro do Porsche envolvido no acidente que matou o motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, na madrugada do último domingo (31/3), precisou retirar o baço.

Ele teve quatro costelas quebradas e segue internado, sem previsão de alta, na UTI de unidade do hospital São Luiz Anália, na zona leste de São Paulo.

O estudante é amigo do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, que dirigia o Porsche. Os dois estavam juntos em uma casa de pôquer de onde saíram momentos antes da batida, que ocorreu na avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, também na zona leste.

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De acordo com informações obtidas pelo portal g1, o estado de saúde de Marcus é complicado e, por isso, não há previsão de alta. Ele ainda não foi ouvido pela polícia sobre o caso.

Testemunha viu garrafas no Porsche

Uma das testemunhas do acidente envolvendo o Porsche de Fernando Sastre Filho, de 24 anos, que acabou com a morte do motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, de 52 anos, afirmou ter visto garrafas dentro do carro do empresário durante o resgate.

Além disso, a mulher disse à TV Globo que tanto Fernando quanto Marcus Vinícius Machado, de 22 anos, que estava de passageiro no Porsche, pareciam “totalmente bêbados”. Segundo ela, os amigos estavam “desnorteados, cambaleando e com voz pastosa”.

Sobre as garrafas no carro, a testemunha que ajudou a socorrer os envolvidos no acidente relatou que “tinha umas três garrafas na parte do passageiro”. Ela não soube precisar que tipo de garrafas eram, mas que “talvez fossem alcoólicas”.

A mulher também contou que a mãe de Fernando, Daniela Cristina de Medeiros, de 45 anos, chegou ao local do acidente “totalmente desesperada”. “Ela gritava: ‘Meu Deus, pelo amor de Deus’, e começou a chorar”, disse. De acordo com a testemunha, em nenhum momento, Daniela foi até o corpo do motorista de aplicativo. “O desespero dela era só o filho.”

Acidente

A batida aconteceu por volta das 2h20, na Avenida Salim Farah Maluf, na madrugada de domingo (31/1), e foi flagrada por câmeras de segurança. Vítima da colisão, o motorista de aplicativo chegou a ser socorrido, já em quadro de parada cardiorrespiratória, e morreu 1 hora depois por perder muito sangue.

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No interrogatório, Fernando Filho admitiu que dirigia o Porsche “um pouco” acima do limite de velocidade, negou ter bebido e disse que, após a colisão, “apagou” e só retomou a consciência quando estava “deitado na via pública”. Também afirmou que está “amargamente arrependido”.

Aos policiais o empresário relatou que tinha ido com um amigo para um clube de pôquer, no Tatuapé, onde ficou por cerca de 3 horas. Ele, que recebeu ajuda da mãe para fugir do local do acidente sem fazer teste de bafômetro, também disse não se recordar como ela foi socorrê-lo.

O relato é contestado por outras pessoas que viram a colisão. Segundo testemunha, Fernando Sastre Filho apresentava sinais de embriaguez, com a voz pastosa e cambaleando, e não ofereceu ajuda a Ornaldo.

Ele foi indiciado por homicídio com dolo eventual, lesão corporal e fuga do local do acidente. A Polícia Civil chegou a representar pela prisão temporária do empresário, mas o pedido foi negado pela Justiça paulista.

Namorada

No inquérito, uma testemunha relata que, durante o socorro, um carro, cujo modelo não soube especificar, chegou a parar no local, e duas garotas desembarcaram. Uma delas teria se apresentado como namorada de Fernando Filho.

Ainda segundo a testemunha, nesse meio-tempo, o celular do empresário tocou, e um rapaz que ajudou Fernando a sair do Porsche atendeu a ligação e conversou com a mãe dele sobre o acidente.

Até a chegada de Daniela, a suposta namorada e a outra jovem tentaram tirar do local Fernando e o amigo dele, que também ocupava o Porsche e se feriu, segundo a testemunha. A postura das moças foi contestada por outras pessoas que presenciaram o acidente. “Eles só vão sair daqui após o outro motorista [Ornaldo] ser atendido pelo resgate.”

Mãe “alterada”

Daniela Cristina chegou “alterada” ao local do acidente, ainda antes dos socorristas, segundo a testemunha.

A testemunha também diz que a principal preocupação da familiar e das jovens era ajudar Fernando “a se evadir”. Segundo seu depoimento, “em nenhum momento” as duas garotas ou a mãe do empresário “prestaram qualquer tipo de atenção ou socorro para a vítima do Renault”.

A mãe do empresário, como mostrado pelo Metrópoles, deve ser indiciada pela Polícia Civil por fraude processual, porque ela inviabilizou que o empresário fosse submetido a exames toxicológicos.

A informação foi confirmada em sigilo por fontes policiais que acompanham o caso.

Sem ir ao hospital

Como mostrado pelo Metrópoles, a mãe de Fernando foi até o local do acidente e disse aos policiais militares que atenderam à ocorrência que ia levar o filho para o Hospital São Luiz, no Ibirapuera, zona sul de São Paulo.

Os PMs liberaram os dois e depois foram à unidade de saúde com o intuito de realizar o exame de bafômetro no empresário. No local, foram informados de que Fernando não havia dado entrada em nenhum hospital da rede.

Além de liberar o suspeito, os PMs demoraram cerca de 5 horas para apresentar a ocorrência na delegacia. A conduta é investigada internamente pela corporação.

No depoimento, Fernando Filho admitiu que, de fato, não foi para nenhum hospital. Ele disse que sua mãe o levou para casa, onde repousou. Depois, ela alegou que tinha recebido ameaças pelo celular, sem especificar de quem, e que achou melhor não buscar atendimento médico para o filho.

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