POLÍCIA
Após crise de ansiedade e 4 horas de depoimento, Silvinei Vasques deixa a PF
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques deixou a superintendência da Polícia Federal, em Brasília, às 18h50 desta quinta-feira (10), onde permaneceu por mais de quatro horas. Durante depoimento aos investigadores, o número 1 no comando do policiamento das estradas federais durante o governo de Jair Bolsonaro sentiu-se mal e precisou de atendimento médico, com ansiedade e picos de pressão alta.
A defesa de Silvinei entrou com recurso para que a prisão seja reconsiderada ou que pelo menos o ex-diretor seja transferido para Florianópolis.
A defesa de Silvinei Vasques está confiante que ele será solto em breve. O advogado Eduardo Nostrani Simão disse, inicialmente, ter suspeitado se tratar de uma perseguição política contra seu cliente, mas que ao acompanhar o depoimento viu que o delegado condutor do caso foi “induzido ao erro” ao não ter recebido todas as provas entregues à Polícia Federal para serem anexadas ao inquérito. “Com novos elementos e documentos vão entender que a prisão foi desnecessária e logo logo Silvinei estará na rua”, afirmou.
Ainda segundo o advogado, o ex-diretor da PRF conduziu corretamente todo o processo de fiscalização das estradas em 30 de outubro de 2022, e não orientou o reforço em áreas determinadas a nenhum outro dirigente. Questionado se foi oferecido a Silvinei um acordo de delação premiada, Nostrani Simão rechaçou. “Delação premiada é para criminoso. Ele é uma pessoa do bem. Ele é um herói nacional.”
Aos 48 anos, Vasques entrou para a PRF em 1995 e se aposentou em 2022, no final do governo Bolsonaro. As denúncias e provas que atribuem a ele o comando de blitze em rodovias de acesso à municípios do Norte de Minas e Nordeste do país durante o segundo turno de 2022, o ameaçam de perder o benefício compulsório.
A prisão preventiva de Vasques foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes no inquérito que apura o suposto uso da máquina pública para interferir no segundo turno das eleições presidenciais de 2022.