POLÍCIA
Áudio aponta que traficantes executaram, por engano, médicos no Rio
Um áudio interceptado pela Polícia Civil é uma das evidências que indicam que traficantes podem ser os responsáveis pela execução de três médicos na orla da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta-feira, 5. As informações são da TV Globo.
Conforme essa linha de investigação, um dos três médicos mortos, Perseu Ribeiro Almeida, teria sido confundido com Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que faz parte de uma milícia envolvida em um conflito territorial com a facção criminosa Comando Vermelho.
Na gravação, um homem diz: “Acho que é Posto 2, v…”, seguido de uma resposta que não é possível compreender.
De acordo com os investigadores, a voz no áudio pertenceria ao traficante Juan Breno Malta, conhecido como “BMW”, considerado o braço direito de Philip Motta, conhecido como “Lesk”.
Motta era um miliciano que atuava na Gardênia Azul e posteriormente se associou ao Comando Vermelho durante a disputa pela região.
O traficante teria recebido a informação de que Taillon estava no Quiosque Naná, na Barra. Ele teria, então, tentado indicar onde ficaria a Avenida Lúcio Costa, local do crime.
O quiosque em questão fica entre os postos 3 e 4, em frente ao Hotel Windsor, onde os médicos estavam hospedados para um congresso.
A comunicação interceptada ocorreu pouco antes do crime, o que, juntamente com outros indícios, levou a polícia a suspeitar que o alvo dos criminosos era Taillon.
As investigações revelaram que os criminosos verificaram o local e acreditaram equivocadamente que o miliciano estava presente, quando, na verdade, quem estava lá era o médico e seus colegas.
Outra evidência que aponta para a autoria dos traficantes do Comando Vermelho é o rastreamento do veículo usado na execução, um Fiat Pulse branco. Após o crime, o carro foi levado até a Cidade de Deus, uma comunidade que é reduto dos traficantes.
Médicos mortos a tiros
O grupo de criminosos que executou três médicos e deixou um ferido na madrugada desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, disparou 33 vezes contra as vítimas. Segundo informações preliminares divulgadas pelo jornal O Globo, foram utilizadas pistolas calibre 9 mm.
O crime aconteceu por volta de 1h, em um quiosque na Avenida Lúcio Costa, enquanto os médicos confraternizavam. Momentos antes do crime, os médicos chegaram a tirar uma foto juntos.
As vítimas dos atiradores eram de São Paulo e estavam no Rio de Janeiro para um congresso. Os médicos que morreram são Marcos de Andrade Corsato, de 63 anos, Perseu Ribeiro Almeida, de 33, e Diego Ralf Bonfim, de 35, que é irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
Outro médico, Daniel Sonnewend Proença, foi socorrido com vida, levado ao Hospital Lourenço Jorge e seu quadro é estável. A informação foi confirmada ao Terra pela unidade de saúde.