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POLÍCIA

‘Chacina, selvageria e barbaridade inaceitável’, diz secretário Nacional de Segurança sobre mortes em PE

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O secretário Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, Tadeu Alencar, disse neste sábado (16) ser “gravíssima” a sequência de crimes em Pernambuco que terminou com a morte de oito pessoas em menos de 24 horas: dois policiais militares e seis integrantes de uma mesma família (entenda o caso).

De acordo com o representante do governo federal, não se pode subestimar o fato de que agentes públicos de segurança foram mortos em serviço, mas nada justifica o assassinato, em sequência, do suspeito do crime e de cinco dos seus parentes, que, aparentemente, não tinham relação nenhuma com a morte dos PMs.

“Pra nós, é grave a morte dos policiais. E é grave essa chacina, não tem outro nome, dos cinco que morreram sem condição nenhuma de defesa, com requintes de crueldade, selvageria, uma barbaridade inaceitável num país democrático”, afirmou Alencar.

Segundo Tadeu Alencar, as pessoas foram vítimas de um “julgamento sumaríssimo”.

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“Esse tipo de reação, além de ser ilegal, uma ação criminosa, do ponto de vista concreto, ele leva a mais violência. Na hora que eu dou para a sociedade a sinalização de que cada um cuide da sua segurança, de que cada um deve adquirir uma arma, eu estou estimulando a cultura da violência”, afirmou o secretário.

Cobrança de respostas

Para Edna Jatobá, coordenadora executiva do Gabinete de Assessoria Jurídica Organizações Populares (Gajop), é preciso que o estado dê uma resposta rápida sobre os responsáveis por todos os crimes, para evitar que isso estimule novos casos de violência.

Segundo ela, é lamentável a morte dos PMs, e eles não tiveram condições de garantir sua própria segurança durante um confronto. Entretanto, é igualmente preocupante o fato de que, após mortes de policiais, haja uma “reação exagerada”, envolvendo execuções sumárias e chacinas.

“Esses crimes devem ser investigados como execução sumária também pela velocidade como foram identificadas as pessoas ligadas a quem atirou contra os policiais. E os interesses que levariam um grupo de pessoas, no dia seguinte, a executar os familiares de quem empreendeu contra a vida dos policiais. Isso, para mim, já é indício suficiente de que se deve investigar a participação da polícia“, afirmou Jatobá.

Crimes

 

Sequência de assassinatos começou na noite de quinta (14) e seguiu até a manhã de sexta (15) — Foto: Arte/g1

Sequência de assassinatos começou na noite de quinta (14) e seguiu até a manhã de sexta (15) — Foto: Arte/g1

A sequência de crimes começou a partir das 21h da quinta-feira (14). Policiais militares receberam um chamado do disque denúncia de que haveria pessoas armadas em cima da laje de um imóvel no bairro de Tabatinga, em Camaragibe.

No local, dois policiais foram alvejados na cabeça e morreram:

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  • Eduardo Roque Barbosa de Santana, de 33 anos: soldado do 20º Batalhão da Polícia Militar;
  • Rodolfo José da Silva, de 38 anos: cabo do 20º Batalhão da PM.

Uma grávida e um adolescente, que também foram feridos no tiroteio, foram levados para o Hospital da Restauração (HR), no bairro do Derby, no Recife.

Segundo a polícia, o suspeito de matar os PMs era Alex da Silva Barbosa, de 33 anos. Ele era registrado como CAC (Colecionador, Atirador e Caçador) e não tinha antecedentes criminais.

Perto das 2h da sexta, três irmãos de Alex foram baleados por homens encapuzados no mesmo bairro em que ocorreu o crime:

  • Agata Ayanne da Silva, de 30 anos;
  • Amerson Juliano da Silva, de 25 anos;
  • Apuynã Lucas da Silva, de 25 anos.

Agata e Amerson morreram ainda no local. Ela transmitiu o próprio assassinato ao vivo pelas redes sociais. Apuynã foi levado para o Hospital da Restauração, mas não resistiu aos ferimentos.

Pela manhã, os corpos da mãe de Alex, Maria José Pereira da Silva, e da companheira dele, Nathália Nascimento, foram achados em um canavial de Paudalho, cidade da Zona da Mata Norte.

Às 11h da sexta (15), policiais militares localizaram Alex em Tabatinga. Segundo a polícia, ele morreu ao trocar tiros com o efetivo. Dois policiais foram baleados: um no pescoço e o outro no braço.

A Secretaria de Defesa Social designou o delegado Ivaldo Pereira, do Grupo de Operações Especiais (GOE), para investigar todas as oito mortes.

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